Por Pierre Lucena*Professor e administrador pierre.lucena@contagemweb.com.br A vitória de Jayme Asfora para Presidente da OAB na semana passada foi encarada por muitos como surpresa, porém estávamos alertando, há 2 semanas, que a eleição era imprevis?vel, e que Julio Oliveira poderia não renovar seu mandato na Ordem, conforme pesquisa da Contagem Consultoria Estratégica e Pesquisa.

Podemos tirar várias conclusões dessa eleição, mas a primeira delas é que a disputa na OAB se travou por classes, com suas exceções, logicamente.

Julio tinha vantagem no interior, e entre os mais velhos, e Jayme entre os mais novos.

Quem ficou na apuração no Chevrolet Hall percebeu esse detalhe.

Podemos dizer que é a vitória de uma nova geração de advogados.

Lembro-me, na época em que fui Presidente do DCE da UFPE, com apoio do mesmo grupo que hoje apóia Jayme, inclusive o próprio, que era o vice-presidente à época, que as disputas na Faculdade de Direito eram travadas com muito vigor.

O fato curioso é que o grupo que era oposição à nossa chapa na Faculdade de Direito estava também em peso apoiando Jayme, respaldado por uma proposta de oposição vitoriosa, e que conseguiu a adesão de grande parte dos advogados mais novos.

A exceção ficou por conta do nosso amigo Nelson Barbosa, que foi vice na chapa da situação, e que participou ativamente desta eleição, inclusive mostrando muita grandeza, elevando o n?vel do debate.

A vitória de Jayme e de Eduardo Pugliesi encheu de orgulho essa nova geração de advogados, e cabe a ele fazer uma gestão diferenciada, com o cumprimento das promessas de campanha, principalmente a redução dos 30% da anuidade da OAB.

Em relação à pesquisa divulgada pela Contagem, Jayme cresceu na reta final entre os indecisos, e também possu?a a maior parte do segmento daqueles que não quiseram divulgar o voto (em torno de 10%).

Estes não gostariam de se comprometer, e optaram por votar na oposição.

Quando divulgamos a pesquisa há 2 semanas atrás, com Jayme 5 pontos à frente, fomos acusados por algumas pessoas de estarmos à serviço da candidatura da oposição, pois muitos pensavam que a situação não perderia a eleição.

Meu sócio, Marcos Vieira, costuma dizer que existem duas coisas que nunca conseguimos enganar: a primeira é em uma prova de matemática, pois os resultados são exatos, e a outra é em uma academia de ginástica, pois você só levanta peso se tiver força.

Posso aqui dizer uma terceira: quando as urnas se abrem, a verdade aparece.

O resultado está a?.

Como dizia Roberto Frejat em uma música do Barão Vermelho: “A voz da verdade nunca fez caridade???.

Nas urnas, a vontade do povo aparece, e contra ela não há o que fazer.

Boa sorte a Jayme e Eduardo, e parabéns aos advogados de Pernambuco, que participaram com entusiasmo desta eleição. *Pierre Lucena, 35, doutor em finanças pela PUC-Rio, Mestre em Economia e Administrador pela UFPE, é professor-adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, sócio da Contagem Consultoria Estratégica e Pesquisa (www.contagemweb.com.br).

Foi secretário-adjunto de Educação do Estado. É Coordenador do Núcleo de Finanças e Investimentos do Departamento de Ciências Administrativas da UFPE (NEFI).