O governador de Pernambuco Mendonça Filho (PFL) está, neste momento, tentando chegar a um consenso com o presidente da Assembléia Legislativa (AL), Romário Dias (PFL), sobre a polêmica gerada pelo "pacote" de 16 projetos de lei enviados na segunda-feira pelo governador.

A reunião é no gabinete de Mendonça, no Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, no Recife.

Na tarde de hoje, o l?der da oposição na AL, Isaltino Nascimento (PT), pediu a Romário que conseguisse retirar o "caráter de urgência" do "pacote".

Os oposicionistas alegam que o regime de urgência dá apenas dez dias para que os projetos sejam analisados e votados.

Ontem, a bancada de oposição avaliou o impacto desses projetos no próximo governo - no caso, de Eduardo Campos (PSB).

Eles alegam que é pouco tempo para analisar os projetos e defendem que alguns comprometem a capacidade financeira do Estado.

Os oposicionistas deram como exemplo sete deles.

Ao todo, estão na pauta da Casa 45 projetos de lei, sendo 16 enviados ontem.

Um dos mais polêmicos - segundo os deputados - é o que dispõe sobre o Sistema Previdenciário dos Servidores do Estado (PLC nº 1436/06).

Na análise da oposição, o atual governo (Mendonça) quer passar para o próximo (Eduardo) a responsabilidade sobre o aporte financeiro que deve ser depositado até o dia 31 de dezembro deste ano, no fundo previdenciário.

Assim, o dinheiro que deveria ser depositado ainda nesta gestão, ficaria como se fosse "saldo de caixa".

O vice-governador eleito João Lyra (PDT) - coordenador da equipe de transição de Eduardo - também criticou, especificamente, o projeto sobre o Sistema Previdenciário.

O governo pede autorização para adiar o depósito que o estado faz, mensalmente no fundo de previdência.

Esta atitude, segundo Lyra, pode significar que a "saúde" financeira do Estado não está tão boa quanto os governistas propagam.

Por sua vez, o chefe da Casa Civil e integrante da equipe de transição da atual administração, Flávio Góes, afirmou que "o caráter de urgência é justificado".

Nas entrelinhas, o recado é claro: o governo não vai abrir mão da urgência dos 16 projetos, por entender que o pedido se justifica.

Góes também garantiu que "os projetos não trazem preju?zo para o próximo governo e não comprometem a capacidade financeira do Estado".