Foi o que disse Armando Monteiro Neto (PTB), reeleito deputado federal mais votado em Pernambuco.

Na avaliação do trabalhista, a aliança União por Pernambuco (PMDB/PFL/PSDB), comandada pelo senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB), foi "estreita do ponto de vista pol?tico".

Em entrevista a Ednaldo Santos, hoje, na Rádio Jornal, Armando, analisou a derrota do governador Mendonça Filho (PFL) para o governador eleito Eduado Campos (PSB), a atuação de Jarbas e o peso do marketing (leia-se Antônio Lavareda) na derrota do pefelista.

Vitória de Eduardo Campos ou derrota de Jarbas Vasconcelos?

Em um episódio como esse você tem sempre elementos que se somam.

Eu acho que essa aliança, capitaneada pelo ex-governador, se esgotou.

Eu acho que o pernambucano pode até reconhecer que algumas coisas importantes foram feitas nesse per?odo, mas ela (a aliança) já não representava a continuidade desse projeto, já não representava por assim dizer uma renovação de esperanças e de expectativas.

Por outro lado, essa aliança que o ex-governador conduziu, que era tão ampla, ela foi paradoxalmente muito estreita do ponto de vista pol?tico, porque ela privilegiou grupos, ela excluiu lideranças.

Então eu acho que Pernambuco quis apostar na esperança, num novo caminho, numa nova perspectiva, porque a pol?tica é um exerc?cio de esperança.

E o governador eleito, Eduardo Campos, teve a competência de poder acender essa esperança.

Por isso eu diria ao final que o resultado reflete as duas coisas: a derrota do grupo que estava a alguns anos comandando a pol?tica do Estado, e ao mesmo tempo, inquestionavelmente, uma vitória de Eduardo Campos, que teve competência, e que teve a sensibilidade de acender a esperança do povo de Pernambuco.

O voto do ex-governador é intransfer?vel?

O voto é sempre algo intransfer?vel.

Quando você vota em alguém você vota naquilo que aquela pessoa representa e a transferência do voto é sempre algo muito dif?cil de acontecer.

A experiência tem demonstrado isso.

Não só em Pernambuco como em outros estados.

Mas eu diria que sobretudo em Pernambuco, que é um estado politizado.

Pernambuco sabe distinguir o santo do andor.

Então por isso é que Pernambuco sempre pronuncia-se no sentido de poder apostar muito nessa questão da identidade do pol?tico, naquilo que cada um pode representar individualmente e não na expressão, vamos dizer, da vontade apenas de um grupo.

Lavareda foi derrotado também?

Quando você tem um resultado adverso, é evidente que essa derrota é coletiva.

Há uma frase muito conhecida que diz que o fracasso é órfão e o sucesso tem muitos pais.

Na realidade, esse é um processo em que todos que estiveram nesse projeto perdem.

Agora, eu acho injusto querer debitar ao marketing algumas questões que a rigor são de natureza essencialmente pol?tica.

Ou seja, o que esteve em discussão durante todo o tempo foi toda a visão de um projeto, de um modelo, de uma discussão pol?tica.

Portanto, o marqueteiro, a rigor, nem ele define a eleição, como evidentemente ele não pode ser inteiramente responsabilizado por uma derrota.