Agora acabou de vez o tal do clima de cordialidade entre as equipes de transição de Mendonça Filho (PFL) e Eduardo Campos (PSB).
O vice-governador eleito, João Lyra Neto (PDT), coordenador da equipe do socialista, bateu duro nos números divulgados pelo grupo coordenado pelo secretário estadual de Planejamento, Cláudio Marinho. “Divulgar que tem R$ 1,3 bilhão e esse dinheiro não está em banco, isso não significa nada. (…) Por que não liberaram o dinheiro do Prodetur????, atacou Lyra, em entrevista há pouco à Rádio Folha.
Lyra se referia a um contrato de US$ 125 milhões, segundo ele, firmado em 2002, e que até hoje não passa de promessa: “No caso do Prodetur, está dif?cil encaminhar porque os projetos não foram sequer entregues.
Dos 87 projetos, apenas 14 foram entregues parcialmente???.
Tem mais: “Não existe prazo de liberação, não podemos aceitar isso como recursos. (…) Vamos tratar isso com serenidade, mas o povo pernambucano tem que saber a verdade???.
O n?vel de conflito entre os dois grupos ganhou corpo nesta segunda-feira, quando o próprio Mendonça Filho chamou a imprensa para rebater cr?ticas de Eduardo Campos (leia mais aqui).
Tudo começou quando Cláudio Marinho, ainda na apresentação da equipe do governo, informou que Mendonça deixará o Estado não apenas equilibrado, mas com mais recursos, cerca de R$ 1,3 bilhão, entre contratos e convênios já firmados, um limite maior de endividamento e um n?vel menor de comprometimento das finanças com a quitação de d?vidas, além de recursos próprios do tesouro estadual.
Na entrevista de há pouco, o vice eleito mediu pouco as palavras: “Não queremos essa polêmica, mas também não vamos deixar que o povo receba informações que não correspondam à realidade dos fatos???.
Disparou também: “Não vejo por que o governador defender sua equipe de transição se ela não foi atacada. (…) O Produtur é de 2002, estamos em 2006 e nenhum centavo foi liberado. (…) O povo pernambucano não pode ser enganado, dizendo que tem 125 milhões de dólares para aplicar no turismo e nenhum centavo foi liberado.???
Lyra lembrou até de Arraes, mais vivo do que nunca: “Pod?amos ter dito (em 1998) como dinheiro em caixa o Promata, o Prometrópele, do governo Arraes. (…) Os contratos poderão acontecer ou não acontecer.???
E prometeu (ou ameaçou, quem sabe?): “Vamos abrir as contas do Estado desde o primeiro dia (do próximo governo, 1º de janeiro).
E se tiver dinheiro em caixa, ele vai aparecer???.
Resumo de tudo: Se alguém desceu do palanque, não foi aqui em Pernambuco. (Vamos conversar daqui a pouco com a equipe do governador, que já agendou nova reunião de transição para amanhã, às 10h, no Palácio das Princesas).