Do Painel da F.
São Paulo Embrulho O PT encontrou um discurso para justificar a resistência em abrir mão de parte significativa dos cargos que ocupa na máquina federal em benef?cio de aliados, notadamente o PMDB.
Trata-se da tese da "governabilidade social", vocalizada na reunião com Lula e ouvida aqui e ali de integrantes do partido.
Segundo ela, o PT, por sua ligação histórica com os movimentos sociais, "fundamentais" para a reeleição do presidente, não poderia ser medido apenas por seu espaço no Congresso - menos de 20%. À primeira vista inofensiva, essa conversa embute uma mensagem algo ameaçadora: se Lula tirar "demais" do PT, arranjará "confusão" com os movimentos sociais.
Abre-alas.
O evento inaugural dos movimentos sociais para exigir de Lula uma "guinada à esquerda" no segundo mandato acontecerá no dia 4 de dezembro na capital paulista, com João Pedro Stédile, do MST, puxando o refrão "fora Meirelles".
Este, no entanto, deve continuar à frente do Banco Central.
Reprise.
Um aliado que teve assento privilegiado na montagem do primeiro governo observa que Lula está, novamente, "tentando comer o PMDB pelas bordas", método fadado ao fracasso porque, no final, obrigará o presidente a pagar por uma mercadoria que já chegará vencida.