Por Helayne BoaventuraDo Correio Braziliense As urnas nem tinham sido apuradas no segundo turno quando o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, expôs um dilema do próximo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a necessidade de ajustes fiscais ainda mais rigorosos ou a flexibilização da pol?tica econômica para investir na área social.

Lula desautorizou o ministro e sufocou o debate público.

Mas o tema continua fermentando as idéias dos aliados.

Ainda este ano, os movimentos sociais voltarão ao assunto com estardalhaço.

Em dezembro, pretendem iniciar uma série de protestos para tentar empurrar o governo para um caminho mais à esquerda. (…) Esquerda As manifestações começam no dia 4 de dezembro, quando a União Nacional dos Estudantes (UNE) promove um ato, ao lado da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do MST, para cobrar mudanças na economia. “O governo mantém uma pol?tica econômica extremamente conservadora.

Esperam uma sinalização rumo à esquerda???, cobra o presidente da UNE, Gustavo Peta.

Os dirigentes partidários e sindicais evitam falar ostensivamente sobre o tema.

Mas pressionam o governo a trocar o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e a diretoria do banco, por nomes mais afinados com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Mantendo Henrique Meirelles, o presidente vai gerar uma insatisfação muito grande???, cobra Peta. (…) Invasões Os dirigentes do MST prometem uma onda mais intensa de invasões em 2007. “Essa é a forma que o movimento social encontrou para fazer pressão???, avisa José Batista.

O movimento manteve um bom relacionamento com Miguel Rossetto, que ocupou o cargo de ministro do Desenvolvimento Agrário durante quase todo o governo.

Mas critica o tratamento dado pelo governo à reforma agrária.

A falta de recursos, liberados a conta-gotas pela equipe econômica, é apontada como um dos fatores dos problemas. “Houve avanços ligados a assentamento, ampliação do crédito, mas do ponto de vista estrutural a ação foi t?mida???, queixa-se o coordenador do MST.

Os integrantes do movimento pressionam para que Lula escolha um novo ministro ainda mais afinado com as exigências do grupo.

Lula, por enquanto, não anunciou o caminho que pretende tomar.

Por enquanto, o presidente dá demonstrações de que pretende adotar uma fórmula intermediária.

Não pretende pôr em risco o ajuste fiscal mas preocupa-se em ampliar o investimento na área social. (…) A pauta de reivindicaçõesMudança na equipe econômica; Redução do superávit primário; Redução agressiva de juros; Reajuste do salário m?nimo; Pol?tica de geração de emprego; Investimentos em reforma agrária e educação.

Leia mais aqui (assinantes do Correio).