O clima de cordialidade é mera aparência na transição.

Senão, vejamos.

Para marcar posição, a equipe do governador Mendonça Filho (PFL) avisou logo que o pefelista entregará o Estado "equilibrado" ao governador eleito, Eduardo Campos (PSB).

No dia 6, Cláudio Marinho - secretário de Planejamento e coordenador da equipe transição de Mendonça - explicou que Eduardo vai dispor, ao longo de 2007, de R$ 1,3 bilhão em convênios firmados com o governo federal e mais R$ 341 milhões em contratos de empréstimos com o BNDES, BID e Banco Mundial.

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Veja o que disse o próprio Eduardo, hoje, sobre esse montante de recursos: "Não se pode dizer tecnicamente que esses contratos são dinheiro em caixa.

Uma coisa é promessa, outra coisa é dinheiro vivo.

Isso tem que ficar claro para a população".

Sobre as informações da transição repassadas até aqui, o socialista afirmou: "Muita coisa que eu quero ver não chegou.

Licitações, serviços que não podem parar em hospitais, escolas, o Carnaval…" E avisou, continuando: "Mas eu não estou preocupado com isso.

Quando eu assumir vou abrir o Siafem para trás", referindo-se ao Sistema de Administração Financeira para Estados e Munic?pios.

Hemobras Diante da insatisfação do presidente da Hemobras, João Paulo Baccara, Eduardo Campos se comprometeu a dar prioridade à empresa estatal criada no governo Lula, em parceria com o governo Jarbas/Mendonça. "Vou criar um comitê técnico para ficar responsável pela obra, centralizando as ações", anunciou o governador eleito.

Em audiência no final da manhã de hoje com Eduardo, no escritório da transição (6º andar do Banco do Brasil, no Bairro do Recife), Baccara sugeriu que faltou vontade pol?tica do governo Jarbas/Mendonça para tocar a empresa.

Quando constru?da e em funcionamento, ela produzirá hemoderivados no munic?pio de Goiana, zona canavieira de Pernambuco.

A estatal deveria ter sa?do do papel há mais de um ano, mas nem infra-estrutura tem no terreno destinado a ela. "Queremos que a Hemobras seja prioridade no próximo governo, o que não aconteceu até agora.

A empresa não está nem no Orçamento de 2007, no PPA (Plano Plurianual) e o Plano Diretor não foi sequer concluido.

Hoje, no local o que tem é um canavial", disparou Baccara.

Ainda segundo ele, "o que coube à União (governo federal) foi feito".

Mas o presidente da Hemobras tenta olhar para frente e disse a Eduardo: "O passado é passado (referindo-se ao governo Jarbas/Mendonça).

O futuro agora é outra conversa".