Por Pierre Lucena*Professor e administrador pierre.lucena@contagemweb.com.br Quem acompanhou a eleição para a OAB este ano está impressionado com os resultados das pesquisas divulgadas pela Contagem Consultoria Estratégica e Pesquisa, apontando um empate técnico entre as candidaturas de Jayme Asfora e Julio Oliveira.
Na verdade, quando a campanha se iniciou, Jayme era tratado como um candidato azarão, apenas para compor a oposição, em uma eleição praticamente perdida.
Impulsionado pela proposta de diminuição da anuidade da OAB em 30%, sua candidatura foi ganhando consistência, tornando imprevis?vel qualquer prognóstico para a eleição deste ano.
No começo da campanha, pesquisa interna de uma das candidaturas dava 54% para Julio e apenas 11% para Jayme.
Na última rodada de pesquisas da Contagem, o resultado apresenta um empate técnico entre os dois candidatos: Julio está com 33,8% e Jayme com 30,6%.
A margem de erro é de 4%, para mais ou para menos.
Foram ouvidos 601 advogados, em todo o Estado, através de pesquisa telefônica, apenas com aqueles que se declaravam aptos e dispostos a votar.
Posso afirmar que a movimentação das candidaturas no dia da eleição vai determinar o vencedor, pelo alto número de eleitores indecisos (24,8%), e daqueles que não quiseram declarar o voto (9,8%).
Pelo número de indecisos, fica imposs?vel até prever uma diferença no percentual entre os candidatos, visto que além da margem de erro, uma parte dos indecisos pode pender mais para uma ou outra candidatura.
Apesar disso, na própria pesquisa, foi perguntado aos indecisos qual era a sua preferência, apesar da indecisão.
Mesmo assim, há um empate, com leve vantagem para Jayme (23,0 a 21,7%).
Estes resultados estão na Tabela 4 do relatório, entregue aos dois candidatos na terça-feira, e à disposição no website da Contagem (www.contagemweb.com.br).
Outro fator que pode determinar o vencedor da eleição será a abstenção entre as classes estudadas.
Vou aqui dar um exemplo: Julio vence entre os mais velhos e no interior, enquanto Jayme tem a preferência entre os mais novos.
Se a abstenção entre os mais velhos for alta, Jayme ganha a eleição, e o contrário também ocorre, se os mais novos não forem votar.
Outro fato que chama a atenção é a grande expectativa de vitória de Julio (44,3 contra 22% para Jayme).
A expectativa de vitória neste caso é muito maior do que a intenção de votos, o que pode ser considerado normal, já que Jayme era considerado um azarão no in?cio da disputa, e tomou um fôlego impressionante na reta final.
Como dito, o relatório está à disposição dos interessados, e boa sorte aos dois candidatos.
Espero que tenhamos contribu?do para o debate e para o interesse na eleição da OAB. *Pierre Lucena, 35, doutor em finanças pela PUC-Rio, Mestre em Economia e Administrador pela UFPE, é professor-adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, sócio da Contagem Consultoria Estratégica e Pesquisa.
Foi secretário-adjunto de Educação do Estado. É Coordenador do Núcleo de Finanças e Investimentos do Departamento de Ciências Administrativas da UFPE (NEFI).