Do Correio Braziliense O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir amanhã com o conselho pol?tico do PT para enquadrar o partido na sua estratégia de governo para o segundo mandato.

Além de uma avaliação pol?tica depois das eleições, na pauta estará o debate sobre a ocupação de espaço do partido que ajudou a fundar nos cargos do governo federal — ministérios, autarquias, fundações, estatais e empresas públicas — e sobre quais setores da administração pública admite ceder aos partidos que formaram a aliança eleitoral.

Estas definições terão como objetivo a formação de uma sólida base parlamentar no Congresso, que dê tranqüilidade ao presidente e evite as crises que enfrentou no primeiro mandato.

O encontro vai servir, ainda, para que as lideranças do partido no Congresso saibam o que o presidente deseja na escolha de cargos importantes no Legislativo, como a presidência do Senado — cotada para continuar nas mãos do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) — e a presidência da Câmara.

O presidente não vai medir esforços para garantir o apoio parlamentar no Congresso e para isso já avisou que o PT terá que abrir espaço para os partidos que viabilizaram sua reeleição, principalmente o PMDB, além do PP, PTB, PL e PSB.

CÂMARA Lula gostaria de manter Aldo Rebelo (PCdoB-SP) na presidência, mas a bancada petista gostaria de eleger o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Outro desejo da bancada do PT é escolher o deputado Henrique Fontana (RS) l?der do governo na Câmara.

CARGOS DO PT Com essas definições, o PT vai começar a próxima semana sabendo que cargos pode disputar, já com o aval de Lula.

A bancada tem um bom argumento: teve o maior número de votos nas últimas eleições.

Lula vai contra-argumentar que faltou fidelidade e que alguns parlamentares do partido chegaram a assinar o pedido de CPI dos Correios, por exemplo, fonte da maior crise pol?tica do governo.

CARGOS DO PMDBPelo regimento do Congresso, o PMDB tem o direito de reivindicar as presidências do Senado e da Câmara. É a maior bancada nas duas casas e pode, na votação direta e secreta, ocupar os dois cargos.

A força do partido é tão grande que, além disso, pode exigir cargos nos ministérios, estatais e em outras instâncias da administração federal em troca do apoio parlamentar.

O PT sonha com a presidência da Câmara a está disposto a oferecer, em troca, a primeira secretaria.

GOVERNADORES ALIADOS Antes dessa definição, o presidente deve se reunir com os governadores eleitos que o apóiam — os petistas do Piau?, Sergipe, Bahia, Pará e Acre — o pernambucano Eduardo Campos e o capixaba Paulo Hartung, ambos do PSB, e os peemedebistas do Rio (Sérgio Cabral) e do Paraná (Roberto Requião).

Com os governadores que o apoiaram, o presidente pode abrir espaço para alojar petistas que não serão nomeados na administração federal.

Isto já está acontecendo no Esp?rito Santo, onde Hartung vai nomear secretários do PT, e em Pernambuco.