Por Eliane CantanhêdeNa coluna Pensata da F. de São Paulo Quem fez o documentário Entreatos vai ter que refazer tudo.

E quem viu vai ter que ver tudo de novo.

Porque Lula mudou e todos os homens de Lula mudaram.

Ou se mudaram.

João Moreira Salles filmou Lula na campanha de 2002 com José Dirceu, Antonio Palocci, Luiz Gushiken, Duda Mendonça, o jornalista boa praça Ricardo Kotscho e com um personagem que me chamou muita atenção no filme: Gilberto Carvalho.

Enquanto Dirceu parecia arredio, independente, e Palocci excessivamente prestativo, forçadamente ?ntimo, Gilberto Carvalho passou a sensação de ser, esse sim, muito próximo de Lula, leal e com aquela troca de olhares dos que convivem com uma real intimidade.

Pois esses homens do presidente foram todos caindo, um a um, como castelo de cartas.

Gushiken parecia o último deles, com sua boa entrevista à Folha no domingo e sua "carta-testamento" de segunda-feira.

Pois não foi.

Agora, também Gilberto Carvalho entra na fila dos que saem, ou, pelo menos, saem do Palácio do Planalto para um outro cargo qualquer no governo.

Ele já pediu.

Resta saber se Lula vai aceitar.

Mas, cá pra nós, nunca vi alguém tão próximo anunciar pela imprensa que está saindo e depois acabar ficando.

Bem, é só aguardar. É assim que o primeiro mandato vai se encerrando, com Lula deixando um rastro enorme de velhos companheiros pela estrada e entrando no segundo mandato com uma equipe novinha em folha.

Há, portanto, a perspectiva de um "Entreatos" também novinho em folha.

Leia aqui a ?ntegra do texto.