Por Fernando CastilhoNa coluna JC Negócios Justiça se faça, o presidente Lula é, certamente, a pessoa no governo que mais acredita numa parceria entre o Brasil e a Venezuela – ou melhor, entre a Petrobras e a PDVSA.

Isso fica claro na decisão de levar o governador eleito Eduardo Campos para a viagem de ontem e a insistência no tema com os pernambucanos – como fez na semana passada quando, após encaminhar Eduardo Campos para uma conversa com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, cobrou do governador eleito o resultado da conversa.

Não é a primeira vez que Lula tenta colocar mais conterrâneos na conversa.

Por pelo duas vezes ligou para o então governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, instando-o a ligar para Chávez, sugerindo que fosse à Caracas ou que provocasse um fato pol?tico que amarrasse o projeto.

Além de ter vindo à Pernambuco quando o presidente venezuelano disse querer lançar a pedra fundamental do projeto, quando o presidente venezuelano denominou a refinaria de Abreu e Lima, nome que foi aceito imediatamente por Lula.

Tudo isso revela uma procupação do presidente com o projeto, que vinculará na história econômica de Pernambuco, seu nome ao Estado em que nasceu.

Ele, mais do que ninguém, sabe que a Petrobras não precisa da PDVSA para fazer este ou qualquer empreendimento na área de exploração ou refino.

Talvez por isso ele deseje que Eduardo Campos faça esse "meio de campo", que fortaleça politicamente os laços dele, Lula e Hugo Chávez.

Uma parceria entre PDVSA e Petrobras só tem sentido por dois motivos.

O primeiro é pol?tico, fortalecendo o entendimento de Lula e Chávez.

O segundo, é PDVSA abrir seus campos à Petrobras.

Crédito a Petrobras tem de sobra.

Tecnologia?

Ela pode escrever o projeto dentro de suas próprias instalações.

Capacidade de gestão?

O mercado é cativo, o Nordeste precisa desesperadamente de óleo diesel.

Ou seja, o que sobrou ao presidente Lula foi a chance fazer disso um gesto pol?tico.