Da Agência Estado Ciudad Guayana, Venezuela - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá esclarecer hoje a seu companheiro Hugo Chávez, da Venezuela, que a Petrobras vai realizar os investimentos necessários para a construção e instalação da Refinaria Abreu de Lima, em Pernambuco, independentemente dos aportes esperados da Petróleos de Venezuelana SA (PDVSA).
Se, ao final das obras, não houver injeções de recursos da PDVSA, a parceria selada no ano passado para a condução desse negócio será desfeita, e a Petrobras conduzirá sozinha a refinaria.Essa situação foi discutida na última quinta-feira pelo governador eleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli.
De acordo com Campos, a Petrobras concluiu que o empreendimento é necessário à sua lógica de produção e exportação de combust?veis e não pode ser adiado em razão de suas pendências com a PDVSA sobre outra parceria - a exploração e a produção de petróleo em seis blocos de jazidas na Faixa Petrol?fera do Orinoco, na Venezuela.A Petrobras reivindica ao governo venezuelano a redução da pesada carga tributária sobre a produção nesses blocos.A refinaria em Pernambuco e a exploração desses blocos, explicou Campos, são negócios casados.
Um é contrapartida do outro.
No Brasil, quem impulsiona o negócio é a Petrobras.
Na Venezuela, a PDVSA.
Em princ?pio, a refinaria deverá refinar o petróleo brasileiro e também o óleo venezuelano, bem mais pesado, com tecnologia desenvolvida pela Petrobras. "Há um equil?brio entre os dois empreendimentos", afirmou Campos, que integra a comitiva do presidente Lula em sua visita à Venezuela. "Mas a Petrobras entende que a refinaria será uma unidade importante na sua estrutura de produção de derivados", completou.