Uma legenda que surge para unir o deputado estadual S?lvio Costa (PMN) e o federal Roberto Freire (PPS) não pode dar certo.

Mas é o que eles vão tentar.

S?lvio Costa procurou explicar há pouco, em seu gabinete, na Assembléia Legislativa de Pernambuco, a fusão do PPS (ex-Partido Comunista Brasileiro) com o PMN (Partido da Mobilização Nacional) e PHS (Partido Humanista da Solidariedade).

Cec?lia Ramos, repórter do Blog, acompanhou a conversa dele.

A primeira explicação dif?cil foi sobre a divisão entre os que apóiam Lula e aqueles que estiveram com Alckmin, partidários de uma oposição firme e dura ao presidente da República.

A maioria dos diretórios estaduais dos minúsculos PMN e PHS esteve e permanece com Lula.

O PPS de Freire mergulhou de cabeça - também em sua maioria - na campanha de Alckmin.

E Freire quer oposição dur?ssima.

Além, claro, de avisar que deseja presidir o novo partido, chamado MD (Mobilização Democrática).

A idéia da fusão surgiu por conta da cláusula de barreira, regra eleitoral aplicada a partir deste ano, cujo objetivo é reduzir o peso das legendas pequenas no cenário nacional.

A regra estabelece que quem não atingiu 5% dos votos nacionais para deputado federal, distribu?dos em nove estados (com um m?nimo de 2% em cada um deles), perderá uma série de regalias: não terá l?der no Congresso, fica sem indicar membros das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, perde recursos do fundo partidário e tempo de TV e rádio.

O PPS teve em outubro 3,89% dos votos.

O PMN, 0,94%.

E o PHS, 0,47%.

Juntos, terão 5,3% e uma bancada de 27 deputados federais.

Nos dias 18 e 19 de novembro, em Bras?lia, eles realizam convenção conjunta para formalizar a fusão.

Já ficou estabelecido que o poder no MD será paritário.

Cada legenda terá direito a um terço dos membros de seus diretórios.

Cada um ficará com cinco dos 15 membros da Executiva Nacional e 40 dos 120 integrantes do diretório nacional.

O dinheiro a que terão direito no fundo partidário também será repartido de forma igual.

E só foi isso que viabilizou a fusão.

Hoje, o PMN de S?lvio Costa recebe cerca de R$ 20 mil anuais.

Com o MD, receberá até um terço de R$ 7 milhões.

O nó é conciliar as posições pol?ticas.

Costa conversou hoje cedo com Freire.

O primeiro disse que não abre mão de apoiar Lula nacionalmente e Eduardo Campos (PSB) em Pernambuco.

Freire não cede, fica na oposição aos dois, junto com PFL e PSDB.

Silvio Costa quer ser presidente estadual da nova legenda.

Freire, o nacional.

Enfim, vai ser uma aliança para PMDB nenhum botar defeito.