Por Fernando CastilhoColunista de Economia do Jornal do Commercio Pronunciada com ênfase na primeira s?laba, a palavra bilhão impressiona qualquer pessoa.

O valor de R$ 1,3 bilhão anunciado, ontem, pelo secretário de Planejamento Cláudio Marinho como o volume de recursos dispon?veis no próximo governo, a partir de 2007, tende a sugerir a imagem de que no dia 1º de janeiro, ao tomar posse, o futuro governador de Pernambuco, Eduardo Campos, terá no caixa do governo um depósito na conta única do Estado no Banco Real com nada menos que 12 d?gitos.

Não será assim.

A perspectiva de investir tal cifra passa, necessariamente, por uma enorme capacidade de articulação com o governo federal, determinação espartana para cumprir o ritual burocrático dos organismos internacionais e da Secretaria do Tesouro e mobilização da máquina administrativa para avançar no gasto do dinheiro.

Sim, tem ainda a condição pol?tica básica de manter funcionando o que já foi contratado.

Talvez por isso seja de bom alvitre levar em conta que esse número mágico só seja fact?vel com muito trabalho.

Curiosamente, o grande problema dos Estados brasileiros não é apresentar, defender, negociar, aprovar e receber recursos internacionais.

O desafio é vencer a enorme burocracia federal, onde a cada documento apresentado é exigido um outro.

De autorizações de todos os organismos ambientais a certidões cartoriais numa burocracia infernal, que junta documentos municipais, estaduais e federais.

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