Depois de cinco dias de "férias", em praia no litoral da Bahia, o governador eleito Eduardo Campos (PSB) voltou à ativa hoje, e logo tratou de minimizar a declaração feita segunda-feira (6) pelo secretário de Planejamento do Estado e coordenador da equipe de transição de Mendonça Filho (PFL), Cláudio Marinho.
Sem citar nomes, Marinho disse que o atual governo vai entregar a Eduardo um Estado mais equilibrado do que recebeu em 1999 - quando era governado por Miguel Arraes. "Mendonça vai passar ao novo governo um Estado equilibrado, com capacidade de investimento razoável em face às dificuldades que encontramos", declarou o secretário, segunda-feira, em entrevista coletiva no Palácio das Princesas.
Leia mais aqui. "Cláudio Marinho me conhece muito bem.
Já trabalhamos juntos.
Ele na secretaria e eu no ministério da Ciência e Tecnologia. (…) Não vou alimentar isso.
Esse discurso do atraso está vencido", afirmou Eduardo, hoje à tarde, no "escritório" da transição, no 6º andar do Banco do Brasil, no Bairro do Recife.
O socialista disse ainda que está focado no trabalho da transição e na composição do seu governo, mas só fala em nomes para as 15 secretarias e demais cargos em dezembro.
Semana dedicada à refinaria Depois do primeiro encontro das duas equipes de transição, nesta quarta-feira, às 9h, no Palácio das Princesas, Eduardo viaja, à tarde, para o Rio de Janeiro.
Ele participa de reunião, na quinta-feira, na Petrobras, para discutir pendências da refinaria de petróleo Abreu e Lima, que será instalada em Suape, no Cabo de Santo Agostinho (PE), uma parceria dos governos do Brasil e da Venezuela Pernambuco ainda precisa liberar 210 hectares que pertencem à Usina Salgado, remover um gasoduto e uma linha de transmissão de energia e realizar uma série de obras de infra-estrutura, inicialmente orçadas em R$ 150 milhões.
Na sexta-feira, Eduardo vai a Bras?lia.
De lá, o socialista segue com a comitiva do presidente Lula (PT), para Caracas, na Venezuela.
O governador eleito vai conhecer pessoalmente o presidente Hugo Chávez e a direção da PDVSA - estatal venezuelana que trata da exploração de petróleo.
Entretanto, a Petrobras - dirigida por José Sérgio Gabrielli - quer tirar a refinaria do papel sem a participação da PDVSA, embora as duas estatais tenham assinado um protocolo de intenções para se associar no projeto.
Os técnicos da Petrobras consideram que a sociedade é desnecessária porque a empresa brasileira já é dona do mercado consumidor e do petróleo a ser refinado e tem dinheiro suficiente para tocar o projeto sozinha.