Por Fernando RodriguesDa Folha de S.PauloNo Jornal do Commercio de hoje BRAS??LIA - Lula tem quatro anos pela frente.

Mas o prazo de validade para o poder que recebeu das urnas é muito mais curto.

Por uma idiossincrasia do modelo pol?tico brasileiro, um presidente só tem o primeiro ano para trabalhar de maneira integral e tentar adotar suas pol?ticas mais polêmicas.

Depois, é ladeira abaixo.

O ano para Lula é 2007.

Será quando, diz ele, tentará enviar ao Congresso uma reforma pol?tica.

Também será o momento de renovar sua pol?tica econômica para haver um crescimento mais robusto.

Em setembro de 2007, os pol?ticos já começarão a mudar de partido em preparação para as eleições nas 5.600 cidades no ano seguinte.

Em 2008, as disputas municipais tendem a paralisar o Congresso a partir de abril.

Na administração federal, a pressão para liberação de verbas se torna infernal. É um ano em que dificilmente se aprova algo polêmico na Câmara e muito menos no Senado.

Em 2009, voltam dezenas de deputados amuados para Bras?lia, choramingando as derrotas sofridas nas cidades no ano anterior.

Esse terceiro ano de mandato é o da entressafra.

Por coincidências obscuras, tem sido quando surgem escândalos ou crises.

FHC em 1997 teve a compra de votos da reeleição.

Em 2001, ainda os efeitos do apagão e o baix?ssimo crescimento econômico.

Lula sofreu em 2005 grande abalo com o mensalão.

Finalmente chega o último ano.

No caso de Lula, ele será um pol?tico a caminho da aposentadoria.

A Constituição, por enquanto, impede a reeleição para um terceiro mandato.

Em 2010 o mundinho pol?tico será dominado pelos conchavos para ungir o presidente em 2011.

Ou seja, o prazo para a administração petista é 2007.

Se nada de relevante ocorrer logo no primeiro semestre, o final será p?fio.