Da Agência Folha É suprapartidário.

Conscientes da dependência do governo federal para aprovação de projetos fundamentais no Congresso, como a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), governadores eleitos e reeleitos já apresentam a pauta de reivindicações.

Num momento de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, organizam almoços e encontros para a definição de uma agenda comum de medidas que aliviem os cofres dos Estados.

Na lista, antigas cobranças: a partilha da receita das contribuições - hoje concentrada nas mãos da União-, a criação de um fundo de desenvolvimento dos Estados e a regulamentação dos repasses da Lei Kandir (que compensa os Estados por perdas sofridas com a desoneração das exportações).

Em troca, acenam com apoio pol?tico para aprovação de duas emendas constitucionais - com exigência de dois terços do Congresso - essenciais para o governo: a prorrogação da CPMF e da DRU (Desvinculação das Receitas da União).

Só nos nove primeiros meses deste ano, a CPMF - já popularmente batizada de imposto sobre cheque - garantiu R$ 23,3 bilhões à União.

A DRU, por sua vez, confere ao governo flexibilidade para usar, livremente, 20% das receitas carimbadas (cuja arrecadação têm um destino obrigatório, como para saúde e educação).

Os dois têm de estar aprovados até o fim do ano que vem.

E é nesse momento que governadores se unem para tentar se livrar da asfixia fiscal de que tanto reclamam.