A não ser que mude idéia até mais tarde, o governador eleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), só deve retomar o trabalho de montagem e organização do novo governo amanhã.
Desde quinta-feira, Eduardo está no litoral sul da Bahia, descansando com a fam?lia.
Volta hoje e deve manter contatos com alguns assessores mais próximos.
Antes de embarcar para a Bahia, o socialista tomou sua primeira iniciativa administrativa, ainda na quarta-feira, quando se encontrou com Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa Econômica, em Bras?lia, depois de contatos com a direção nacional do PSB e de um almoço reservado com o presidente Lula.
Eduardo apresentou à Caixa uma proposta de alongamento da d?vida que a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) tem com o banco.
A Compesa deve cerca de R$ 240 milhões à Caixa em função de uma antecipação de receita obtida durante o governo Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Jarbas pretendia privatizar a Compesa e conseguiu os recursos antecipados com FHC, oferecendo como contrapartida quase um terço das ações da companhia de Saneamento.
A empresa não foi vendida e a Caixa vem cobrando os recursos de volta.
Por isso, os repasses do banco federal, mais importante financiador de obras de saneamento e habitação do pa?s, ficaram bloqueados.
Eduardo planeja iniciar um programa de obras de abastecimento de água em comunidades carentes, que tenha o mesmo valor pol?tico das eletrificações rurais durante o governo do avô, Miguel Arraes TRANSIÇÃO Enquanto Eduardo não retorna ao Estado, a equipe de transição nomeada por ele e coordenada pelo vice-governador eleitor, João Lyra Neto (PDT), recebe daqui a pouco as instalações cedidas pelo Banco do Brasil, no centro do Recife, para que possa trabalhar ao longo dos próximos dois meses. É um andar inteiro do prédio.
Mais tarde, após reunião com seu secretariado, Mendonça Filho indicará seus representantes na transição.
São os técnicos que transmitirão ao grupo do governo eleito as informações básicas sobre o funcionamento da máquina estadual.
O coordenador da equipe de Mendonça deverá ser o secretário de Gabinete Civil, Flávio Góes.
Desde o in?cio da semana passada, o governador havia decidido que indicaria o secretário de Planejamento, Cláudio Marinho, se a equipe de Eduardo fosse coordenada por um técnico.
No caso de um pol?tico (João Lyra), o comando ficaria com Flávio Góes.