Por Ruth De Aquino e Matheus LeitãoDa Época O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos 61 anos, descobriu que não está nu, mas está só.
E sem ilusões. "Quem ganhou as eleições fui eu.
Quem troca ministro sou eu.
Quem indica ministro sou eu", afirmou na segunda-feira após a reeleição consagradora.
Essa é a maior mudança no homem que subirá novamente a rampa do Palácio do Planalto em janeiro de 2007.
De toda a turma de uma vida inteira em que Lula depositou sua confiança no primeiro mandato, sobrou a esposa, Marisa Let?cia, que sempre suspeitara dos amigos do rei. "Bem que eu avisei", foi o que Lula mais ouviu de sua companheira.
De acordo com amigos, nunca o casal esteve tão unido.
De resto, Lula está mais esbelto, com 86 quilos, cabelos mais brancos e mais curtos salientando as orelhas, menos rugas, graças ao Botox feito com uma dermatologista da elite paulista.
O presidente continua usando em casa um agasalho surrado do Corinthians.
Os ternos elegantes são cortados sob medida pelo estilista Ricardo Almeida, que veste celebridades globais como o ator Marcelo Anthony.
Hoje, Lula fuma bem mais.
São por dia dez cigarrilhas Café Creme, fabricadas em Eersel, na Holanda.
Nem a bordo do Aerolula ele dispensa suas tragadas - embora seja proibido.
Faz o sinal-da-cruz sempre que entra no avião.
Costuma beber uma dose de u?sque Red Label ao final do expediente, embora esse seja um assunto tabu, esconjurado pelos amigos.
A cachaça do fim de semana é artesanal, da região mineira de Salinas.
Lula parece menos romântico, mais calejado, mais cansado.
Chega a dormir não mais de três horas por noite.
Lula não é mais aquele que chorava a cada discurso na vitória de 2002, tropeçava em erros crassos de português e confiava cegamente nos amigos.
De certa forma, a solidão o beneficia.
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