Dos 27 governadores eleitos, vinte são simpáticos ao presidente, que conta com eles para driblar a oposição no Congresso Por Marcelo CarneiroDa Veja O resultado das eleições deste ano foi duplamente positivo para Lula.
Junto com a vitória sobre Alckmin, o presidente viu o PT conquistar cinco governos estaduais.
Além disso, entre os 27 governadores eleitos, vinte tendem a se comportar mais como aliados do que como adversários do presidente (veja o quadro). É um desempenho bem mais satisfatório do que o obtido em 2002, quando o petista elegeu apenas treze aliados no comando dos estados.
Na semana passada, Lula deixou claro que será com base no apoio desses governadores que pretende driblar a trincheira oposicionista no Congresso.
Nos primeiros dias seguintes à eleição, recebeu dois governadores aliados no Palácio do Planalto, telefonou para outros tantos e, a todos, propôs a mesma coisa: um encontro para discutir "uma agenda de interesse nacional" que "agilizasse a votação de matérias importantes que já estão no Congresso", como frisou em seu primeiro pronunciamento em cadeia nacional, na terça-feira passada.
A estratégia lulista é formar um bloco de pressão junto às bancadas estaduais na Câmara e no Senado, a fim de aprovar projetos de interesse do governo federal. "Como, na batalha pela reeleição, os canais do governo com a oposição no Congresso ficaram obstru?dos, Lula partiu para uma via alternativa: a cooptação dos governadores", explica o cientista pol?tico Murillo de Aragão.
A tática, no entanto, esbarra em dois problemas.
O primeiro é de ordem institucional: ao trocar o diálogo com lideranças parlamentares pelo método da pressão de governadores aliados sobre suas bancadas, o governo federal mostra pouco respeito para com o Congresso.
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