Por Ana Lúcia AndradeDo Jornal do Commercio Representante da aliança em duas disputas pela Prefeitura do Recife (2000 e 2004), o deputado federal Roberto Magalhães (PFL) não aposta na permanência do grupo após a derrota ao governo do Estado.
Em entrevista ao JC, por telefone, ele observa um ambiente muito mais de "dispersão" do que de "união".
Magalhães recente-se de um certo abandono da aliança para com sua reeleição e atesta: "Não sei até onde a aliança me ajudou".
Justifica sua ausência da campanha de Mendonça Filho (PFL) com o fato de não ter sido chamado, sequer para discutir a formulação pol?tica.
E acredita que é "tarde demais" para propor um formato mais amplo de debate interno, como sugeriu Sérgio Guerra (PSDB), porque os problemas já "vêm de longe".
E não resume a derrota apenas à força de Lula (PT).
Destaca o fator Arraes e a aritmética das urnas, que já no primeiro turno mostrou-se desfavorável a Mendonça.
Veja abaixo alguns tópicos da entrevista: A ALIANÇA "É sabido que não se teve um candidato natural, houve muita negociação, muita dificuldade que levou à dissidência e sa?da de um quadro de peso eleitoral que é Inocêncio Oliveira (trocou o PFL pelo PL).
Vejo hoje Sérgio Guerra (PSDB) dizendo que não aceita mais prato feito e que o PSDB vai ter candidato a prefeito (do Recife).
Temos também uma discussão continuada entre Romário Dias (presidente da Assembléia), Augusto Coutinho (l?der do PFL na Casa) e o presidente do partido, André de Paula.
Por outro lado, Joaquim Francisco (deputado federal) também reclama que não foi eleito porque candidatos, que tinham apoios oficiais, entraram em munic?pios seus.
Então o que se ver é uma série de pronunciamentos que não induzem à união e sim à dispersão".
AUSÊNCIA "Isso é um absurdo.
Nem (Marco) Maciel nem eu nos omitimos.
Nós temos uma postura de só irmos aonde somos chamados.
E mesmo sem ser chamado (para a campanha de Mendonça Filho) eu pedia as pautas e onde podia ir eu ia.
Agora, certas coisas a gente não faz sem ser chamado.
Por exemplo, reuniões para debater a campanha você não vai sem ser chamado, a? é cara de pau.
E se não fomos chamados foi porque acharam que não t?nhamos contribuição a dar".
EDUARDO "É evidente que Eduardo era um candidato mais forte para enfrentar.
Isso era a coisa mais clara que existia.
O candidato do PT, Humberto Costa, estava com as pendências do ministério relacionadas aos fatos que ocorreram (máfia dos vampiros).
Embora, é meu dever dizer a verdade, eu não considero que ele foi um mau ministro.
Foi um bom ministro e soube tratar os assuntos de Pernambuco, inclusive com os adversários, com muita atenção e sem discriminação.
No tempo em que ele foi ministro eu nunca tive uma emenda que fosse negada ou algum interesse de munic?pio que eu não fosse ouvido e, dentro de poss?vel, atendido.
Não podia dizer isso na campanha, mas agora tenho o dever de dizer".
O MARKETING "Quero lhe dizer que nunca me pronunciei sobre marketing. É perda de tempo ficar discutindo uma eleição já passada e esquecida por muitos.
Como também não opino sobre a campanha de Mendonça Filho, se foi certa ou errada.
Ele já declarou que a causa foi o povo ter querido um candidato em sintonia com o presidente.
Se ele diz, ninguém tem mais autoridade do que ele pra interpretar".
MENDONÇA "Mendonça provou que foi um bom candidato.
Era quem mais conhecia Pernambuco e a máquina estadual, o que é natural que assim fosse.
Mostrou que está à altura de um cargo majoritário.
Foi bravo, teve uma coisa que é terr?vel que é ter contra si sucessivas pesquisas (contrárias) mas não esmoreceu, lutou até o final.
Ele sai bem maior politicamente do que entrou: mais conhecido, sai como um candidato que não se intimidou e que lutou até o último minuto.
E o fundamental, é jovem, isso é importante para ter tempo".
Leia mais aqui (assinantes JC e UOL).