O presidente da Assembléia Legislativa, Romário Dias, avisou ontem que não acompanha o PFL se o partido optar por fazer uma forte oposição ao futuro governo de Eduardo Campos (PSB).

Acusou o PFL de não dialogar com as bases, o que teria contribu?do para a derrota nas eleições.

Criticou ainda a forma como o presidente estadual, André de Paula, dirige o partido e sugeriu renovação no comando da legenda.

A entrevista foi solicitada por ele próprio, sob o argumento de que, em recentes matérias publicadas, o l?der do PFL na Casa, Augusto Coutinho, teria insinuando que ele (Romário) seria um dos prováveis adesistas ao novo governo.

Isso porque, ao citar os nomes dos que seguramente se manteriam na oposição, Coutinho não o teria inclu?do.

CONTRAMÃO "Se o PFL em Pernambuco achar que não deve cruzar a rua, pelo bem de Pernambuco, eu vou cruzar todas as vezes essa rua.

Quando as coisas forem para Pernambuco, eu estarei desse lado.

Só vou seguir a orientação do partido enquanto o partido me tiver respeito.

Se o partido não tiver respeito com a sua bancada, nós vamos ter que montar outra estratégia: ou tirar o l?der (do partido) ou do contrário a gente sai do partido.

Eu vou brigar dentro partido, mas a partir de hoje não sei o que vai ocorrer.

As coisas têm que ser reavaliadas.

COMANDO DO PFL “Nós temos um presidente (estadual) já há 16 anos.

Tivemos nesse per?odo o governo Arraes, dois governos Jarbas, e ele (André de Paula) continua. É uma pessoa fácil de lidar, mas, independentemente disso, ele não está reunindo as pessoas para discutir realmente o futuro do partido.

Eu quero continuar no PFL, participando e dando opinião, mesmo que minha opinião sendo vencida.

Mas não aceito nenhum tipo de contestação sem ser ouvido.

André precisa da ajuda de outros parlamentares, agora lamentavelmente a gente tem que reconhecer que André não fez as reuniões que o partido precisava, não discutiu os problemas.

Ninguém nunca foi chamado para discutir as coligações.

Eu nunca fui.

A coligação PFL/PMDB foi importante no in?cio?

Foi.

Por que trazer o PHS, ao invés de trazer o PPS, que já estava coligado na federal (referindo-se à chapinha para a eleição de deputado estadual)? É falta realmente de diálogo, de querer que o partido cresça." Veja aqui ?ntegra da entrevista, concedida à repórter Ana Lúcia Andrade, do Jornal do Commércio.