Da Agência Estado O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu na quarta-feira (1º) para acabar com o fogo amigo contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Em reunião com os ministros da área econômica, no Palácio do Planalto, encomendou medidas para acelerar o crescimento do pa?s, sem mudar os pilares da pol?tica econômica.

Num claro recado aos desenvolvimentistas, Meirelles estava à mesa e recebeu afagos do presidente, que disse estar satisfeito com o controle da inflação.

Lula também avisou aos ministros que não quer curto-circuito público na área econômica, principalmente agora, na temporada de especulações sobre a montagem do novo ministério.

Durante o encontro, que durou três horas, o presidente afirmou de forma enfática que os pilares da pol?tica econômica, como o orçamento equilibrado, o superávit primário e o regime de metas de inflação não mudarão.

Mais: relembrou que o comando da pol?tica econômica é dele e sepultou as pretensões de quem esperava uma guinada, como um corte drástico na taxa de juros.

Lula pediu o fim do debate público sobre os rumos do governo e reclamou da crise aberta pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que declarou o fim da "era Palocci". À tarde, depois de ser enquadrado, Tarso foi obrigado a recuar da declaração.

Na tentativa de desfazer o mal-estar, o ministro chegou até a elogiar a pol?tica monetária praticada pelo Banco Central.

Do encontro participaram dois ministros da ala desenvolvimentista: Guido Mantega, da Fazenda, e Dilma Rousseff, da Casa Civil.

Também estava presente o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, de uma ala mais "light", e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, identificado como da linha "conservadora".