Por Sérgio Montenegro FilhoDo Jornal do Commercio A derrota de Mendonça Filho (PFL) diante de Eduardo Campos (PSB) não significa apenas uma troca de comando no Estado, que volta às mãos da oposição.
Representa, também, o terceiro fracasso consecutivo de um formato de campanha que prima pelo marketing pesado, por ataques diretos aos adversários e pela centralização das forças em uma só pessoa.
Traduzindo: junto com Mendonça, saem derrotados das urnas o marqueteiro da União por Pernambuco, Antônio Lavareda – construtor desse modelo –, e o l?der maior da aliança, o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que embora tenha conquistado com folga um mandato de senador, mais uma vez não logrou êxito na tentativa de transferir votos para um aliado pol?tico.
Não é a primeira vez que a dupla Jarbas/Lavareda enfrenta dificuldades com seus candidatos, sobretudo na região metropolitana.
Foi assim em 2000, com a tentativa frustrada de reeleição do então prefeito do Recife, Roberto Magalhães (PFL), vencido por João Paulo (PT), e em 2004, quando a aliança amargou nova derrota para o petista, dessa vez com a candidatura de Carlos Eduardo Cadoca (PMDB). (…) O andor ruiu Assim como Zaidan, o cientista pol?tico Túlio Velho Barreto, da Fundação Joaquim Nabuco, defende que a chamada "tese do andor" não funciona em Pernambuco desde a sua criação, em 1988, quando o PMDB decidiu lançar Marcus Cunha candidato a prefeito do Recife.
Nome sem nenhuma densidade eleitoral, Cunha seria o "santo" que precisaria ser "carregado" por Jarbas e Arraes, na época ainda aliados e filiados ao PMDB.
Jarbas, porém, terminou levando a candidatura de Cunha sozinho, enquanto Arraes não se empenhou tanto na campanha.
O resultado foi desastroso para o partido, derrotado por Joaquim Francisco, do PFL. (…) Modelo Jarbas De certa forma, a derrota da União por Pernambuco foi prevista pelo marqueteiro José Roberto Berni, demitido da campanha da União por Pernambuco no in?cio de agosto por discordar da linha traçada por Antônio Lavareda.
Em um artigo publicado pelo JC no dia 14 de agosto, no qual justificava sua sa?da da campanha, Berni definiu a candidatura de Mendonça Filho como o projeto de uma terceira eleição de Jarbas. "Eu achava que a disputa seria pelo primeiro mandato de Mendonça Filho, e Lavareda achava que o que estava em jogo era o terceiro mandato de Jarbas", afirmou. (…) Estratégia de Lavareda é contestada Embora a estratégia adotada pelo marqueteiro Antônio Lavareda na campanha de Mendonça Filho (PFL) não tenha permitido levar adiante o projeto de manutenção da União por Pernambuco no poder, nenhum aliado se atreve a responsabilizá-lo abertamente pelo insucesso eleitoral.
Nos bastidores da aliança, porém, pelo menos uma cr?tica tem circulado desde o final do primeiro turno das eleições: priorizar Humberto Costa (PT) como adversário, deixando Eduardo Campos (PSB) de lado foi um erro grave, que culminou na derrota.
A opção pelos petistas como principal ameaça ao projeto de reeleição de Mendonça Filho, segundo aliancistas, teria partido de Lavareda, com o aval de Jarbas Vasconcelos (PMDB) e alguns "conselheiros" do grupo mais restrito da campanha.
Leia mais aqui (assinantes JC e UOL).