Derrotado com uma margem de votos avassaladora, superior a 1,2 milhão de votos, Mendonça Filho (PFL) sai desta disputa maior do que entrou por uma razão simples e por mais que isso possa parecer paradoxal.
O governador foi transformado nas duas administrações Jarbas Vasconcelos (PMDB) em um quase-técnico, em um gestor de projetos.
Foi condenado, na verdade, a um papel secundário nos sete anos e três meses de vice.
Essa foi sua primeira disputa majoritária comandando uma chapa.
Com ela, passou por uma experiência que nunca teve.
E mais: pôde ser apresentado à população pernambucana.
Ela era um desconhecido.
Jovem, 40 anos, membro de um PFL mais arejado e urbano, tem pela frente a missão de liderar a recuperação do partido em Pernambuco – destroçado após mais de uma década de existência da União por Pernambuco.
Os passos que der ao longo do próximo ano serão fundamentais para que estabeleça melhor o seu futuro.
Apesar da estrondosa derrota, obteve alguns resultados que podem ajudá-lo mais adiante.
Sem sombra de dúvidas, o resultado mais importante deles é o do Recife.
Aqui na capital Mendonça conseguiu garantir 42,95% dos votos – um pouco mais até do que no primeiro turno.
A vantagem de Eduardo na cidade é metade da que obteve no Estado inteiro.
O socialista recebeu 57,05%.
O Recife é uma cidade fundamental para qualquer projeto pol?tico em Pernambuco.
A vitória menor do socialista na capital ocorreu a despeito do apoio de l?deres com forte inserção aqui, a começar do prefeito João Paulo (PT), que mergulhou na campanha de Eduardo até com mais intensidade do que na de Humberto Costa (PT), no primeiro turno.
Mendonça não está morto.
Poderá ser um ator importante da oposição, se e quando conseguir se recuperar da derrota.
Um passo importante nessa recuperação será seu posicionamento já na disputa para prefeito do Recife, em 2008.