Por Inaldo SampaioColunista de Pol?tica do JC Era dif?cil imaginar que 20 anos após aquela histórica campanha que reconduziu Miguel Arraes ao Palácio do Campo das Princesas (1986) o neto mais velho dele, Eduardo Campos, que tinha apenas 20 anos naquela ocasião, fosse ser eleito hoje governador de Pernambuco derrotando a maior frente pol?tica que o Estado já conheceu nos últimos 30 anos constitu?da por Jarbas Vasconcelos (PMDB), Marco Maciel (PFL), Sérgio Guerra (PSDB) e Roberto Freire (PPS).

E por larga margem.

Em termos estritamente pol?ticos, Eduardo Campos moveu-se do inferno para o céu no espaço de apenas oito anos.

Em 1996, por ter conduzido como secretário da fazenda a chamada “operação dos precatórios???, da qual seria inocentado no STF em 2004, ele virou o alvo predileto dos partidos da “União por Pernambuco???, que utilizaram o episódio como arma eleitoral nas campanhas de 1998 (eleição de Jarbas) e 2002 (reeleição).

A operação foi tratada como “escândalo???, culminando com a derrota de Miguel Arraes para Jarbas Vasconcelos em 1998 por 1 milhão e 64 mil votos.

Como consequência, o Partido Socialista perdeu para o PSDB e o PMDB 90% dos seus prefeitos e a quase totalidade da sua bancada estadual.

Todavia, como a pol?tica é uma roda gigante, em que quem está por cima, hoje, pode estar por baixo, amanhã, ele deu a volta por cima e está devolvendo hoje ao PFL a derrota sofrida pelo avô em 1998.