Por Fernando RodriguesDa Folha de S.PauloNo Jornal do Commercio de hoje BRAS??LIA – Quando Lula ganhou a Presidência, em 2002, tomou posse com uns gatos-pingados oferecendo apoio expl?cito nos Estados.

O PT havia eleito os governadores de três localidades periféricas – Acre, Mato Grosso do Sul e Piau? –, cujo eleitorado somado equivale a meros 3,2% do total do Pa?s.

Nenhum governador de Estado grande dava a Lula apoio incondicional nem oferecia alento para a condução do “Titanic??? em que se convertera o Brasil naquela virada de 2002 para 2003.

Desta vez, o cenário é outro.

Se vencer, como apontam as pesquisas em un?ssono, Lula entrará no Planalto no dia 1º de janeiro de 2007 respaldado por pelo menos 17 governadores favoráveis ao seu segundo governo.

O mais notável é que, no meio desse grupo, estarão também os petistas, pela primeira vez, como gente grande.

Além dos já tradicionais três Estados pequenos (o eterno Acre, Piau? e Sergipe), os petistas integram agora o cenário nacional com a Bahia (4º maior eleitorado do pa?s) e possivelmente o Pará (10º maior).

Os mais otimistas, embora sem correspondência nas pesquisas, ainda acreditam numa reconquista do Rio Grande do Sul.

Mesmo sem o território gaúcho, o PT já será o terceiro maior partido em número de governos estaduais.

Uma marca nunca atingida na história da agremiação – campeã absoluta de votos para deputado federal pela segunda eleição seguida.

Mesmo sem dar respostas satisfatórias para uma parte dos brasileiros – só as irritantes desculpas esfarrapadas a cada novo escândalo –, o PT conseguiu contornar a adversidade nas urnas.

Cresceu e deve ser motivo de reflexão para Lula.

A legenda foi a sua principal fonte de problemas no seu primeiro mandato.

Agora, ainda mais robusta, nada indica que a sigla vá se conter.