Da Folha Online Com a provável vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, no segundo turno das eleições, o petista, segundo reportagem da revista semanal britânica "The Economist", terá de buscar consenso e reforma.Há quatro anos, Lula venceu a eleição presidencial no Brasil ao conquistar os eleitores com o "Lulinha, Paz e Amor".

No entanto, de acordo com a reportagem, a campanha do presidente neste segundo turno com o tucano Geraldo Alckmin as palavras "paz e amor estiveram tão escassas quanto neve na Amazônia".Era esperado que Lula vencesse a eleição em 1º de outubro.

Ao invés disso, Alckmin se saiu inesperadamente bem, forçando o segundo turno.

O tucano foi ajudado por um escândalo de última hora, o da compra de um dossiê por petistas contra pol?ticos do PSDB.A reportagem informa ainda que o medo da privatização - Lula tem usado o tema contra seu adversário - tornou mais amarga uma campanha que já era "suja", que usou argumentos como o de que uma "pequena elite" (o PSDB) estaria planejando tomar o poder através de um "golpe" se necessário contra a "cria de Göebbels" (o PT)."Alckmin estupidamente disse que, se Lula for eleito, sua presidência acabaria antes de começar [porque ele não pode concorrer a um terceiro mandato].

Ainda mais estupidamente, um ministro respondeu comparando Alckmin a Augusto Pinochet, ex-ditador do Chile", diz "The Economist".Os homens do presidente, de acordo com a reportagem, agora temem que o mar de lama e os escândalos possam levar a um "terceiro turno", com Lula formalmente reeleito, mas com a oposição tentando subverter seu governo, assediando-o por corrupção e bloqueando a aprovação de leis.