Por Cec?lia RamosDo Blog do JCNo Jornal do Commercio Hino da campanha do candidato do PSB ao governo do Estado, Eduardo Campos, para conquistar a simpatia do eleitor, a música Madeira que cupim não rói, do compositor já falecido Capiba, motivou uma polêmica.

A viúva do músico, Zezita Barbosa, 75 anos, está revoltada com a utilização da canção no guia eleitoral socialista. "Ninguém me pediu autorização, nem seu Ariano Suassuna (escritor), nem seu Eduardo.

Podem cantar na rua, mas meu marido nunca consentiu que fizesse uso pol?tico da música dele.

Só o que eu pedi foi que não estivesse no guia", queixou-se ela. "Ninguém teve a hombridade de me ligar.

E olha que Capiba era amigo do pai de Eduardo (Maximiano Campos, já falecido) e tinha Ariano como um irmão mais novo", continuou.

No programa de TV de ontem à noite, o PSB voltou a veicular trecho do com?cio no Pátio de São Pedro, no centro do Recife, em que a música foi cantada por Ariano, seguido pela militância.

Exibiu também fala do escritor, que diz ter sabido que dois "mendoncistas" ironizaram sua voz "rouca e horrorosa" no guia.

Em seguida, Ariano, irônico, diz que assume o compromisso de não cantar mais a música, se os mendoncistas deixarem de "agredir" Eduardo.

Em sua entrevista, Zezita Barbosa contou que foi procurada por um advogado, por meio da editora que cuida dos direitos autorais da canção, e enviou carta ao TRE, mas não obteve sucesso. "Agora se tiver um processo contra o rapaz (Eduardo), eu vou ficar como a malvada da história.

Eu é que não fui respeitada", irritou-se.

Alheia às eleições, Zezita – cujo voto é facultativo devido à idade – disse que não é "eleitora de ninguém". "Estou com ódio disso tudo.

Minha pressão subiu e vivo recebendo gozação por conta disso.

Agora eu não voto nem que a vaca tussa em Eduardo.

E, por raiva, acho que vou votar em Mendonça", desabafou. "Meu marido me perdoe, porque eu fiz de tudo para a música dele não estar envolvida com pol?tica, mas não consegui".