O ex-presidente da Infraero, deputado federal eleito Carlos Wilson Campos (PT), disse que foi pego de "surpresa" pelo Ministério Público Federal de São Paulo, que solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dele.
Também foi solicitado à Justiça Federal a indisponibilidade dos bens do petista.
Segundo o MP, foram constatadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) irregularidades na licitação para reforma e ampliação do aeroporto de Congonhas. "Eu não esperava (a denúncia) porque trabalho com transparência e eu não recebi nenhuma notificação, mas está dentro do papel que o Ministério Público tem que fazer mesmo", disse Carlos Wilson, por telefone, de São Paulo, a Cec?lia Ramos, repórter do Blog. face=Verdana>"Isso (a denúncia) é coisa de campanha, está dentro do momento pol?tico que a gente atravessa, mas eu tenho obrigação de explicar.
Meus sigilos e meus bens estão à disposição.
Isso da quebra (dos sigilos) não tem problema.
Estou tranquilo.
Farei tudo o que for solicitado", garantiu Carlos Wilson. "Congonhas é o mais dif?cil aeroporto, de maior movimento de passageiros e de aviões, então qualquer licitação desse porte tem dessas coisas", alegou o deputado.
Ele deixou a presidência da Infraero em março deste ano para concorrer a uma vaga na Câmara.
A "despedida" contou com a presença do presidente Lula (PT), em evento no Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, no Recife.
A denúncia Dentre as irregularidades apontadas pelo TCU estão o superfaturamento das obras e problemas na licitação, as quais suspeita-se que foram direcionadas ao consórcio OAS/Camargo Corrêa/Galvão, que executou a reforma.O relatório preliminar feito pelo Tribunal aponta 12 "irregularidades graves e com continuidade", dentre as quais sobrepreço que varia de 31% a 252%.
O caso mais grave, de acordo com a autoria, são as pontes de embarque, que custaram R$ 2,2 milhões.
No entanto, constatou-se que o preço praticado no mercado para o mesmo tipo de material é de R$ 630 mil.A auditoria feita pelo TCU indica ainda que o projeto básico –apresentado na licitação– não estava completo, o que resultou em um aditivo contratual.
Portanto, a obra que ficaria em R$ 151 milhões custou à Infraero R$ 166 milhões. (Folha Online)