Por Kennedy AlencarColunista da Folha Online A última semana da disputa presidencial será naturalmente tensa.
O tucano Geraldo Alckmin, em desvantagem nas pesquisas, terá a sua última chance de virar o jogo.
E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, novamente a um passo da recondução, contará os dias para o final da campanha, na esperança de que o dossiegate não ponha tudo a perder.
Haverá dois debates, Record e Globo, muitas entrevistas, com?cios, rumores sobre a origem do dinheiro, cobranças da oposição, eventuais novos tropeços do PT.
O segundo turno acontecerá no próximo domingo, dia 29.
No dia 30, o Brasil continuará a existir.
Seria importante que os pol?ticos, especialmente os do PT e do PSDB, se dedicassem a uma reflexão: É acertado manter o atual clima de guerra ao estilo "judeus x palestinos", no qual o ato de um lado é respondido com outro mais forte, numa escalada que dificulta cada vez mais uma solução?
Faz 16 meses que o pa?s discute escândalos de corrupção.
Terminada a eleição, o tema será a prioridade nos próximos anos?
Ou será poss?vel discutir avanços concretos na educação, a conveniência e a necessidade de novo ajuste fiscal e pol?ticas mais eficientes de crescimento econômico?
No cenário mais provável, Lula tende a ser reeleito com muita força pol?tica –cerca de 60% dos votos válidos. É um tremendo cacife para quem passou o que ele passou.
O presidente poderá se ver tentado a acreditar que foi absolvido pelas urnas.
Cometerá um erro.
A sua administração terá sido aprovada apesar dos escândalos de corrupção.
Na hipótese menos provável, Alckmin vira o jogo, surpreendendo mais uma vez.
Derrotaria um presidente popular.
Encontraria um PT ferido, propenso a embarcar em teorias conspiratórias.
Talvez até a adotar um viés chavista na oposição.
Nenhum dos dois cenários seria benéfico ao pa?s.
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