Esta é a avaliação do deputado federal mais votado de Pernambuco, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Armando Monteiro Neto (PTB).

Ele não só dá como certa a vitória do candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Eduardo Campos, como culpa o senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB) por uma eventual derrota do governador-candidato Mendonça Filho (PFL). “Jarbas foi um péssimo gestor pol?tico.

Ele não teve a capacidade de conviver e valorizar as lideranças.

Ele fez um governo condominial, de grupos, estreito.

E está a? o resultado.

A derrota não é de Mendonça, mas de Jarbas.

Essa é uma derrota dele, fundamentalmente dele???, avaliou o deputado, em entrevista à Cec?lia Ramos, repórter do Blog. “Mendonça pagou o preço por esse governo estreito???, sentencia Armando.

Vale destacar que o deputado fez parte da aliança jarbista até 2003.

Em seguida, ele fundou o GI – Grupo Independente.

Veja a entrevista completa: As pesquisas de intenção de voto apontam para o favoritismo de Eduardo Campos.

Como o senhor analisa?Sinto que há uma situação clara que aponta para a vitória de Eduardo. É o sentimento das ruas que eu percebo.

Não digo isso para tripudiar do adversário.

Não é um ju?zo pessoal, de valor, é o sentimento do povo, da alternância, da mudança, de um novo caminho, de uma nova possibilidade.

Mas o senhor era um cr?tico ass?duo de Eduardo e do governo do avô dele, Miguel Arraes.

Dizia, sobretudo, que Eduardo não representava a mudança, tendo em vista que já participou do governo do avô.

O senhor abriu mão da sua candidatura em prol da de Humberto Costa (PT) – derrotado no 1º turno -, alegando que o petista representava o novo, por não ter gerido ainda o estado.

O que mudou?Não mudou nada.

Fiz colocações, as quais reitero.

Eduardo tem tudo para não repetir coisas de governos passados.

Ele tem uma chance imensa nas mãos e ainda o apoio do presidente Lula.

Eu vou torcer por Eduardo, sem cargos, sem nada.

Torço para Pernambuco.

Tenho boas expectativas sobre o governo dele.

Repito que nossa aliança vai durar o tempo que durar os compromissos que firmamos quando anunciei o nosso apoio.

Como está sua participação na campanha de Eduardo?Estou participando como posso.

Esta semana estive em Garanhuns, onde sou majoritário.

Amanhã estarei em Belo Jardim.

Eduardo vai fazer o maior evento dele em Belo Jardim, para 20 mil pessoas.

Eu tive 14.600 votos lá.

E escreva ó que vou lhe dizer.

Eduardo vai ganhar no segundo turno para Mendonça em Belo Jardim, reduto dos Mendonça.

No primeiro turno, Eduardo só não ganhou dele por 3 mil votos.

Essa vitória terá um valor simbólico.

O palanque de Eduardo Campos está abarrotado de lideranças pol?ticas das mais diversas “correntes???.

Qual será o maior desafio de Eduardo no Governo, caso ele seja eleito?Fazer um governo amplo e sobretudo corresponder à expectativa que ele criou.

A expectativa de fazer um governo novo, diferente.

E para a União Por Pernambuco qual seria o desafio, em caso de uma eventual derrota de Mendonça Filho?Essa aliança governista se esgotou.

Eu não sei o que virá, mas o pós-eleição vai merecer um reavaliação das forças pol?ticas.

O primeiro desafio da União é preservar a aliança.

Essa aliança se nutriu sempre do poder.

Esteve sempre à sombra do poder.

O desafio agora é se eles estarão juntos na oposição.

Uma coisa é estar junto no poder, outra coisa é sem ele.

Senador eleito com votação histórica, Jarbas Vasconcelos é o maior cabo-eleitoral da União.

Mesmo assim, tem sido dif?cil a transferência de votos – vide as derrotas de Roberto Magalhães (PFL) e Cadoca (PMDB), em 2002 e 2004, respectivamente, para João Paulo, na Prefeitura do Recife.

Numa eventual derrota de Mendonça Filho, o senhor acredita que Jarbas sairia enfraquecido?

Jarbas foi um péssimo gestor pol?tico.

Se você avaliar o que a aliança perdeu, quantos quadros desses que estão na oposição e antes estavam na aliança vai ver que é volumoso.

Se alguém contabilizar isso se terá uma expressão do ponto de vista eleitoral.

E porque tantas lideranças sa?ram da aliança jarbista?

Porque Jarbas é péssimo gestor.

Ele não teve a capacidade de conviver e valorizar as lideranças.

Ele fez um governo condominial, de grupos, estreito.

E está a? o resultado.

A derrota não é de Mendonça, mas de Jarbas.

Essa é uma derrota dele, fundamentalmente dele.

Essa derrota decorreu da forma estreita como ele geriu a pol?tica.

Na minha avaliação é muito mais derrota de Jarbas Vasconcelos do que de Mendonça Filho.

Mendonça foi produto da aliança, do jarbismo.

Mendonça pagou o preço desse governo estreito.

Jarbas desprestigiou as lideranças do interior.

Jamais valorizou uma interlocução ampla, sempre ficou colocado como alguém que julgava o dono da vontade, o messias.

Ta a? o resultado.

Não há vitórias e derrotas absolutas na pol?tica.

Qual sua expectativa do mandato de Jarbas no Senado?Não sei como ele chega no Senado.

Mas certamente ele chega nem maior nem menor do que é.

Vai chegar do tamanho que ele é.

Só espero que ele possa cumprir no Senado um papel digno.

Que ele se prepare para discutir assuntos que ele pouco conhece, como reforma tributária e pol?tica, e que ele não atrapalhe Pernambuco, seja Eduardo o governador ou Mendonça.