Por Cec?lia RamosRepórter do Blog Deputado federal eleito pelo PMDB com 87.499 votos, Edgar Moury Fernandes prepara sua mudança para o PSDB.
As conversas entre ele e o senador Sérgio Guerra, maior l?der tucano no Estado, estão avançadas. "Ele só vai ter que segurar a pressão até ser diplomado.
Mas pode confirmar a? (a troca)", disse uma fonte ligada a Guerra.
O Blog tentou localizar Guerra e Edgar.
As assessorias de ambos informaram que eles estiveram, "coincidentemente", em Limoeiro, esta semana.
O senador, na sua fazenda, e o deputado "em campanha" (no caso, empenhado na reeleição do governador Mendonça Filho/PFL).
O tucano, que é coordenador nacional da campanha do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), passa este final de semana no Recife.
Nos bastidores da aliança jarbista, confirma-se que Guerra liberou algumas das suas bases no Interior para Edgar, que foi desprestigiado dentro do partido para não atrapalhar as eleições dos federais Cadoca e Raul Henry, este último candidato declarado de Jarbas. "Edgar estava se queixando que não era prestigiado no PMDB, não estava satisfeito.
E o senador (Guerra) falou sobre as bases, que ele poderia fazer dobradinha com alguns estaduais em alguns munic?pios e da? eles foram ficando mais próximos", disse a fonte ligada ao tucano.
Um peemedebista também confirmou a informação. "Ele teve mais espaço no PSDB", garantiu, pedindo reserva.
Segundo apurou o Blog, Jarbas e Edgar não estariam sequer se falando.
Senador eleito com votação histórica (2.031.261 votos/56,14%), Jarbas Vasconcelos é a maior liderança do PMDB no Estado e o principal cacique da União por Pernambuco (PMDB/PFL/PSDB).
Jarbista desde sempre, Moury foi secretário extraordinário Articulação Pol?tica do Governo Jarbas/Mendonça Filho até abril deste ano.
Era o homem dos “bastidores do poder".
Porta voz de Jarbas dentro do Palácio das Princesas por sete anos, Edgar Moury interferia nas demais secretarias como se fosse o próprio governador.
Ele participou de quase todas as administrações Jarbas.
Ficou de fora apenas da primeira gestão na Prefeitura do Recife, por um impedimento constitucional.
Na ocasião, exercia mandato de deputado estadual.
E os parlamentares só puderam acumular mandato com cargos no Executivo depois da Constituição Federal de 1988.
Rompimento A relação de amizade de mais de 30 anos começou a estremecer em 2004.
Foi quando Moury anunciou que disputaria uma vaga na Câmara.
Ele chegou a ser cotado para a vaga de suplente de senador na chapa de Jarbas. "Jarbas achava que ele não deveria disputar, porque o PMDB já tinha Cadoca e Raul Henry na disputa", contou uma fonte próxima a Sérgio Guerra. "Se Edgar for mesmo para o PSDB, pode até usar como desculpa o afastamento de Jarbas, mas as razões serão outras???, completou, evitando detalhes.
Edgar era "a" pessoa dos bastidores do Palácio das Princesas.
E com muito poder de fazer.
Seguia à risca a lógica do "quanto menos aparece, mais age".
PSDB infla e PMDB encolhe Além de Edgar Moury, os deputados estaduais Claudiano Martins e Ricardo Teobaldo também devem trocar o PMDB pelo PSDB. "Vou esperar passar as eleições para conversar com Dorany.
Eu tenho uma ligação pol?tica e pessoal muito grande com Sérgio Guerra.
Ele sempre foi meu candidato ao governo e eu nunca escondi isso.
Ele me convidou para ir para o PSDB muito antes das eleições", justifica Teobaldo.
O deputado disse que a mudança ainda não é uma "coisa resolvida", mas fala com entusiasmo sobre o crescimento do PSDB. "Claudiano, Lourival (Simões, do PV) e mais um que não lembro agora devem trocar.
O PSDB deverá ter a maior bancada da Assembléia.
Deverá passar de seis para dez deputados", contabiliza.
Com o troca-troca, o único peemedebista que restará na Assembléia será João Negromonte.
A deputada Jacilda Urquisa (PMDB) não conseguiu se reeleger.
Quem também deve optar pelo PSDB é ex-secretário de Defesa Social de Jarbas, João Braga (PV), candidato a estadual derrotado.
Fator Eduardo Campos Nos bastidores da União, já se fala que, em caso de vitória do candidato do PSB ao governo, Eduardo Campos, o senador Sérgio Guerra manterá uma relação de independência. "Ele poderá fazer um jogo duplo no governo de Eduardo.
O PSDB será o partido que ficará em cima do muro", analisou um aliancista.
Vale lembrar que Guerra integrou o governo de Miguel Arraes. "O palanque de Eduardo hoje está lotado, mas a qualidade da bancada é questionável.
O PSDB poderia melhorar isso.
Se Eduardo repetir a estratégia do governo Arraes, em 1994, vai inchar o PSB, se não, o PSDB pode ser um escoadouro.
Mas a estratégia do PSB sempre foi mesmo a de inchar a legenda", continua o aliancista.
Segundo ele, da bancada do PSDB, figurariam como oposição a Eduardo apenas os deputados estaduais Pedro Eurico (um ex-arraesista e que ainda mantém boas relações com Eduardo) e Teresinha Nunes - ambos muito próximos a Guerra.
Aproximação demais com Eduardo, porém, não é muito bem-vinda a Sérgio Guerra.
Em 2010, quando se terá nova eleição para o governo do Estado, acaba o mandato dele de senador.
Até lá, o tucano buscará se credenciar para pleitear novamente a vaga na corrida sucessória.
Este ano, ele desistiu em favor de Mendonça Filho.