Segundo deputado federal mais votado de Pernambuco, Inocêncio Oliveira (PL) tornou-se s?mbolo de uma turma que todo mundo quer ter no palanque - pelo menos queria -, mas faz de tudo para que isso aconteça em segredo ou sem grande publicidade.

A turma é composta principalmente por Severino Cavalcanti e Pedro Corrêa (PP).

São dois ex-deputados federais que se enrolaram, e muito, com escândalos no Congresso Nacional.

Cavalcanti precisou renunciar à presidência da Câmara e ao mandato para não ser cassado, depois de ter sido apontado como beneficiário de um mensalinho.

Corrêa foi cassado sob a acusação de envolvimento com o esquema do mensalão, que, no Congresso, derrubou ainda Roberto Jefferson (PTB) e José Dirceu (PT).

Inocêncio é sempre apontado como fisiológico e atrasado.

Primeiro secretário da Câmara dos Deputados, controlava até pouco tempo atrás quase 60 cargos na Casa - 30 dos quais com gente nomeada por ele para trabalhar em Pernambuco.

Os três estão hoje com Eduardo Campos (PSB), mas praticamente não foram vistos na campanha do socialista.

Passaram todo o primeiro turno - e continua assim neste segundo - fora do time principal de apoios do candidato.

Time que grava depoimento especial para a propaganda eleitoral, que vai a todos os lugares ao lado de Eduardo.

Agora, a dez dias da eleição e 26 pontos atrás nas pesquisas de intenção de voto, a campanha de Mendonça Filho (PFL) resolveu bater pesado nesse palanque oculto do socialista.

Um filmete vem sendo veiculado na TV (veja abaixo) para mostrar que Eduardo não representa o novo, conforme diz um de seus slogans.

Representa o velho porque tem com ele Inocêncio, Severino e Pedro Corrêa.

Mas nem sempre foi assim.

Até o in?cio do processo eleitoral e a posse de Mendonça Filho no lugar de Jarbas, em abril, o trio que hoje não presta para a União por Pernambuco, apoiou e ocupou cargos no governo.

O mais importante deles era a presidência da Empresa de Pesquisas Agropecuárias (IPA), ocupada por um indicado de Inocêncio.

O IPA tem um orçamento previsto para este ano de R$ 66 milhões.

Não é um mero órgão técnico.

Tem entre suas funções prestar assistência aos pequenos produtores rurais - base importante do eleitorado de Inocêncio.

Antes de entrar no PL e passar a compor a base do governo Lula, no qual mantém influência sobre o Ministério dos Transportes, Inocêncio militou no PFL de Mendonça e passou rapidamente pelo PMDB de Jarbas.

Agora é socialista desde criancinha.

E é Lula até debaixo d’água.