Veja a ?ntegra da entrevista do senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB) no guia de Mendonça Filho (PFL), que foi ao ar agora há pouco.
Durou sete minutos e quarenta e cinco segundos e a entrevistadora foi Aline Matheus, apresentadora do programa eleitoral do pefelista.
A entrevista abaixo foi repassada pela assessoria de imprensa de Mendonça.
Aline Matheus - Muito se tem falado nessa campanha sobre a situação em que Pernambuco se encontrava em 1999, quando Jarbas e Mendonça assumiram.
Ninguém melhor do que o próprio ex-governador e hoje senador, Jarbas, para contar essa história.
Vamos começar pelas Finanças.
Senador, qual era de verdade a situação financeira do Estado?
Tinha dinheiro no caixa ?
Jarbas Vasconcelos - Nada.
Era de caos absoluto.
Nós encontramos o Estado numa situação financeira deplorável, em atraso com o funcionalismo público, três folhas de pagamento para pagar, restos a pagar enormes, uma conta enorme para pagar, fornecedores que não queriam mais prestar serviços, ou seja, vendiam seus produtos para o Estado porque o Estado estava em débito.
Foram realmente seis meses de grande sufoco para pode equilibrar as finanças do Estado.
AM - E na área social, em que situação o sr. encontrou a saúde, a segurança, a educação ?
JV - Isso praticamente era inexistente no Estado.
Existia porque tinha que existir mesmo.
No caso da saúde, vinte e quatro dos hospitais regionais do Estado estavam completamente degradados.
O Hospital da Restauração era um hospital de horror.
Nós investimos no meu primeiro mandato cerca de quase vinte milhões de reais na restauração do Hospital da Restauração porque não tinha UTI\s, as salas não funcionavam, o lixo imperava dentro do Hospital da Restauração.
Procuramos melhorar o hospital de Salgueiro, o hospital de Caruaru, outros hospitais como o Hospital da Restauração, o Getúlio Vargas.
Pernambuco tem uma rede hospitala muito grande.
Só o Rio de Janeiro é que é maior que a nossa.
Isso se encontrava um verdadeiro caos.
A educação estava abaixo da média nacional.
Escolas degradadas, salas sem alunos, alunos sem salas, professores inquietos, professores protestando, greves uma atrás da outra.
Nós encontramos tanto a questão da saúde como da educação em situação altamente degradas no Estado de Pernambuco.
A segurança pública, em 1998, foi o pico.
Pernambuco ficou conhecido como o Estado mais violento a partir de 98, porque nem sequer os carros pertencentes às duas pol?cias, sobretudo à Pol?cia Civil, funcionavam.
Ou por falta de peças ou por falta de combust?vel.
Então, posso lhe dizer que foi uma herança maldita, quer nas finanças do Estado, que encontrei completamente desajustadas e levei um tempo para ajustar, quer no aspecto de saúde e de infra-estrutura do Estado.
AM - Por que a sua coligação, a União por Pernambuco, responsabiliza Eduardo Campos por essa situação?
JV - Porque foi quem governou de fato.
O doutor Arraes, avô de Eduardo Campos, entregou praticamente o comando do Estado a ele.
Foi ele quem engendrou a operação dos precatórios, foi buscar know-row, quer dizer, ensinamento de Maluf, Pitta, em São Paulo.
O povo às vezes fica sem saber o que é precatório.
Deixa precatório de lado, foi uma operação altamente danosa para o estado.
Quinhentos milhões de reais, à época, para pagar 21 milhões de precatórios.
O resto, em vez de abrir uma conta única, uma conta vinculada aos precatórios, como eu fiz com relação à venda da Celpe, em que o dinheiro sa?a por autorização, de mim.
Se quer uma prestação de contas, é Suape, é BR-232, é PE-15, é obras sociais, foram tudo com resultado do dinheiro da Celpe.
Quando se pergunta a Eduardo Campos o que foi feito com o dinheiro dos recursos dos precatórios é um Deus nos acuda.
Um diz uma coisa, outro diz outra.
A verdade é que foi uma operação danosa, uma operação que manchou o nome de Pernambuco.
Ainda hoje nós pagamos mais de 10 milhões de reais por conta de uma irresponsabilidade.
Então, era ele quem governava de fato.
Então, era uma situação realmente que o pernambucano independentemente de ideologia, independentemente de ter ou não simpatia com o nosso governo, embora o nosso governo tenha sido aprovado, sa? em março com uma aprovação de mais de 70%, essa população sabe em que situação de caos eu encontrei o Estado de Pernambuco em 1999, quando assumi o governo.
Quem foi o responsável por isso ?
Eduardo Campos.
Pela sua irresponsabilidade, pela sua falta de controle com as finanças e sua naturalidade de tratar mal os recursos pol?ticos.
Isso tudo foi ontem, por isso que é importante a gente lembrar às pessoas de hoje que essa onda, quando se fala o novo Pernambuco, não tem nada de novo, é um Pernambuco velho, é um filme que a gente já viu.
Os mais novos, os de meia idade, os de mais idade, do interior, da capital, sabem disso, viram esse filme e não gostaram.
Esse filme foi ruim, foi um filme péssimo, não dá pra tentar rever esse filme porque esse filme não nos leva a nada, ou melhor, leva o Estado a uma situação caótica, uma situação de descrédito e que não foi fácil colocar esse Estado de pé como eu e Mendonça colocamos.
AM - Então, qual foi o papel do seu vice-governador e hoje governador, Mendonça Filho?
JV - Ele foi fundamental.
Ele governou o Estado comigo, junto comigo, colou comigo.
Era responsável.
Pegou um amplo conhecimento dos problemas do Estado de Pernambuco.
Nós dividimos tarefas.
Muitas coisas eu ficava com elas e outras delegava para ele.
Ele ia a Bras?lia, me ajudava nas coisas.
Ele era um vice competente, muito leal, honesto, nunca se envolveu com maracutaia.
Vinte anos de vida pública com as mãos limpas.
Então.
Mendonça assumiu o governo a partir de 31 de março. É uma pessoa correta. É uma pessoa desembaraçada, conhece o governo, conhece o Estado e tem a sua competência e tem a sua lealdade, por isso que eu peço a sua compreensão.
Se você votou comigo, se você aprovou o meu governo, se você sabe que a gente fez um governo honesto, se você sabe que Pernambuco andou com o nosso governo, poderia ter andado mais e vai andar com Mendonça Filho, você vota em Mendonça Filho.
Acho que Pernambuco está vivendo um momento importante e esse voto não pode ser dado só no fator emoção, no fator \vamos mudar para mudar.
Não dá pra votar desse jeito.
Tem que parar, tem que fazer uma reflexão.
E essa reflexão tem que ser profunda, positiva, para que Pernambuco não volte a entrar no estágio em que nós já passamos por ele e sofremos muito.