Da Folha de S.Paulo De volta da Espanha, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso provocou tremores ontem na campanha de Geraldo Alckmin à Presidência ao, num ato falho - ou "cacoete de linguagem", como justificou - dar a entender que defende a privatização da Petrobras.
Foi na manhã de ontem, em entrevista à rádio CBN.
Após chamar de arcaica a discussão sobre a pertinência das privatizações, FHC afirmou que "ninguém vai privatizar a Petrobras".
Mas, imediatamente, declarou: "Não sou contrário à privatização da Petrobras".
Como Alckmin é tachado de privatista pelo presidente Lula, o ru?do fez com que FHC divulgasse nota para se explicar: "Um cacoete de linguagem, de minha parte, e uma transcrição imprecisa da entrevista […] deram origem a um mal-entendido sobre minha posição quanto ao controle da Petrobrás e do Banco do Brasil", diz a nota, na qual FHC atribui a confusão à omissão de uma v?rgula: Leia mais aqui (assinantes Folha e UOL).
História: carta de FHC em 95 acelerou o fim do monopólio A carta a respeito da Petrobras citada ontem por Fernando Henrique Cardoso foi enviada por ele ao Senado em 1995.
Na época, o Legislativo debatia a emenda constitucional que retirou da Petrobras a exclusividade na pesquisa e lavra de petróleo e gás, refino de petróleo, importação e exportação de petróleo, gás e derivados.
FHC mandou a José Sarney, que presidia o Senado, uma carta na qual se comprometia a não privatizar a Petrobras e a manter sob seu controle as jazidas que ela já explorava.
Com isso, o Senado não alterou o projeto, acelerando sua tramitação.