Por Kennedy AlencarColunista da Folha Online Os marqueteiros têm uma regra que dizem fundamental em qualquer eleição.

Quem dita a agenda da disputa possui mais chances de vencer.

O tucano Geraldo Alckmin conseguiu levar a eleição presidencial para o segundo turno porque o dossiegate virou o grande fato da reta final do primeiro turno.

O tiro no pé do PT produziu uma tremenda agenda negativa para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Assustado pela derrota pol?tica, pois cantou vitória na primeira fase, Lula não teve dúvida em recorrer ao arsenal pesado apontado pelas pesquisas qualitativas.

E arrumou um jeito de fazer mais do que ditar a agenda deste segundo turno.

Deixou Alckmin na defensiva.

O resultado dessa estratégia está refletido na pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira.

O petista ampliou consideravelmente a sua vantagem sobre o tucano.

Em uma semana, subiu de 51% para 57%.

Alckmin oscilou negativamente, de 40% para 38% –dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Lula fez um primeiro turno em posição ol?mpica.

Evitou debates.

Levou aos programas de TV apenas propostas.

Foi muito econômico nos ataques e nas menções aos escândalos de corrupção.

Havia sobrevivido politicamente ao mensalão.

Julgava que a parada estava ganha, mas havia (e ainda há) um dossiêgate no meio do caminho.

No segundo turno, Lula desceu do pedestal e entrou no ringue.

Articulou alianças pol?ticas com voracidade.

Mobilizou a máquina pública a trabalhar a seu favor.

E colou em Alckmin dois carimbos colhidos nas suas pesquisas qualitativas e tidos como mortais para o tucano: o de defensor das privatizações e de algoz de recursos da área social.

Esses dois carimbos explicam o salto de Lula no Datafolha.

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