Do blog de Luciano Siqueira E se fosse diferente?

Por exemplo: cada um dos candidatos teria 10 minutos para expor o diagnóstico da atual realidade pernambucana e seu plano de governo – opções estratégicas, prioridades, principais programas, etc.

Em seguida, o oponente teria 5 minutos para tecer observações cr?ticas, e vice-versa.

Só após essa apresentação mininamente sistêmica, passariam se digladiar através de perguntas e respostas ao molde que se tornou tradicional: um bate-boca que pouco esclarece e mais se presta a que os contendores se fustiguem mutuamente.

Provavelmente o telespectador ficaria com uma noção m?nima do pensamento de cada um e faria ele próprio a necessária diferenciação.

Votaria mais esclarecido.

Mais consciente.Bom, esse formato não se coaduna com o princ?pio da glamourização da not?cia que preside a abordagem que a TV brasileira faz dos mais diversos assuntos.

Inclusive das eleições.

Então, os debates são conduzidos muito mais para produzir a refrega estéril do que para esclarecer o eleitor.

Por isso, muitas vezes vale mais a impressão que fica – como cada participante reagiu às provocações do adversário – do que propriamente o conteúdo da polêmica.

Jogo de cena é o que interessa.O debate da TV Clube, de ontem à noite, até que não foi dos piores.

Porém não escapou a esse conceito equivocado. É uma pena.

Bom para Eduardo Campos, que com certa habilidade administrou a vantagem indicada pelas pesquisas; péssimo para Mendonça Filho, que não encontrou meios (se é que desejava) para expor suas diferenças em relação ao candidato do PSB e assim, quem sabe, tentar reverter a atual tendência que lhe é desfavorável.

Horr?vel para o telespectador, obrigado a assistir a cantilena precatórios x privatização da Celpe.