Por Túlio Velho BarretoCientista pol?tico e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, colaborador freqüente do Blogtulio@fundaj.gov.br O último bloco serviu apenas para as considerações finais e as despedidas dos candidatos.

Portanto, nada de novo aconteceu.

Apenas a referência do deputado Eduardo Campos às denúncias feitas – e feitas, inexplicavelmente, apenas de passagem – pelo governador Mendonça Filho contra o candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Eduardo Campos, João Lyra Neto.

O governador terminou comparando-a às denúncias desferidas contra o pai dele, o deputado José Mendonça, pelo candidato derrotado do PSOL, Ed?lson Silva, no primeiro debate da TV Clube.

Diante do que foi apresentado e debatido, ficou a impressão de que será dif?cil acompanhar a campanha no rádio e na TV e sobretudo os próximos debates.

Os temas, as cr?ticas, as explicações… foram as mesmas.

E, pelo menos aparentemente, nenhum dos dois terá munição nova contra o outro nesta reta final.

O que pode terminar por favorecer Eduardo Campos, em função da vantagem que conseguiu abrir no in?cio da disputa do segundo turno.

Finalmente, foi de novo um debate onde ninguém parece ter sa?do ferido de morte.

O segundo e terceiros blocos, com jornalistas perguntando a um candidato, o outro comentando e o perguntado, replicando, de certa forma, tirou os dois candidatos da linha de fogo do adversário.

O clima ficou mais ameno.

E Eduardo Campos aproveitou melhor aparentando mais naturalidade.

O formato parece ter ficado mais ao feitio do deputado Eduardo Campos, que tem aproveitado as respostas e as réplicas para associar o seu nome ao do presidente-candidato Lula.

E a relacionar os dois governos Jarbas Vasconcelos-Mendonça Filho aos dois governos FHC.

E a lembrar que Mendonça Filho apóia Geraldo Alckmin.

Depois das perguntas dos jornalistas S?lvia Bessa e Sérgio Miguel, Marisa Gibson fez as duas perguntas que suscitaram as declarações mais incisivas do bloco.

Questionou Eduardo Campos sobre a participação do PT e do ex-ministro Humberto Campos em seu palanque, o que abre o flanco para que Mendonça Filho associe negativamente os dois oposicionistas.

E perguntou a Mendonça Filho sobre o desaparecimento de seus votos no segundo turno, dando oportunidade para Eduardo Campos a falar da vantagem nas pesquisas e a "conversar" com sua militância.

No terceiro bloco, o jornalista Sérgio Miguel voltou ao tema das alianças pol?ticas, tema que marcou esta etapa do debate.

E fez Mendonça Filho desferir alguns ataques duros a antigos aliados, como Inocêncio Oliveira, perguntando a Eduardo Campos se este entregaria a Secretaria da Saúde ao ex-pefelista.

E deu chance a Eduardo Campos, ao defendê-lo, criticar o loteamento do Estado entre legendas e pol?ticos.

Eduardo Campos concluiu sua intervenção defendendo veementemente Humberto Costa e acusando Mendonça Filho de ter ficado ao lado da ditadura militar.

E Mendonça Filho, assim como Eduardo Campos faz no caso dos precatórios, acusou-o de vir com um tema já ultrapassado.

No último momento, finalmente, surgiram dois temas novos: as tarifas do metrô durante os governos FHC (nacional) e Arraes (estadual).

De quem foi a responsabilidade?

Mas terminou em jogo de empurra-empurra.

O outro tema foi o do desenvolvimento econômico, puxado pelo governador Mendonça Filho, que comparou os anos Jarbas-Mendonça Filho aos - assim parecem – que foram os anos Eduardo Campos, isto é, na verdade, o último governo Arraes.