Por Fábio GuibuNa Folha de S.Paulo de hoje Autor do projeto de emenda constitucional que permitiu a reeleição, em 1997, o governador de Pernambuco, José Mendonça Filho (PFL), 40, disputa mais quatro anos de mandato e defende a manutenção da atual legislação sobre o tema.
Sem citar nomes, ele nega que o projeto tenha sido feito para beneficiar o então presidente Fernando Henrique Cardoso. "Acho que [a reeleição] é um princ?pio democrático, pelo qual a população tem a oportunidade de avaliar os governantes e alongar o per?odo de governo de um mandatário do Executivo", disse Mendonça.
Com 39% dos votos válidos, o governador está 22 pontos percentuais atrás do seu adversário no segundo turno, Eduardo Campos (PSB), segundo pesquisa Ibope divulgada no dia 11.
Leia a seguir trechos da entrevista.
FOLHA - Pela primeira vez desde 1998 sua aliança aparece em desvantagem em uma pesquisa para o governo do Estado.
Qual sua estratégia a partir de agora?
JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO - A pesquisa retrata um momento.
Era previs?vel, na nossa ótica, que no segundo turno a primeira pesquisa apontasse o adversário na nossa frente.
Mas temos tempo.
Vamos comparar de forma objetiva a história que representa para o futuro de Pernambuco a minha candidatura versus a do candidato do PSB.
Reconstru?mos Pernambuco, que era um Estado estagnado.
E o grande responsável por essa situação foi ele [Eduardo Campos], que era secretário da Fazenda do governo anterior ao nosso.
FOLHA - Qual a importância de Jarbas Vasconcelos e Lula na campanha estadual?
MENDONÇA - Jarbas, indiscutivelmente, é um eleitor de grande peso e prest?gio em todo o Estado.
O presidente Lula também é um fator de diferenciação.
O apoio deles é importante, mas o candidato do PSB está se escondendo atrás do presidente Lula.
A grande proposta do candidato do PSB é dizer que é aliado do presidente.
FOLHA - No primeiro turno, sua propaganda não mencionou Alckmin.
Agora, o sr. cita o tucano, mas põe Lula como parceiro do Estado.
Alckmin atrapalha sua candidatura?
MENDONÇA - Não atrapalha.
Meu candidato é Geraldo Alckmin.
Agora, eu preciso passar para a opinião pública pernambucana que eu sou um governante moderno, atual, plural, que não governa só com os aliados.
Faço isso hoje com o presidente Lula, com a Prefeitura de Recife, comandada pelo PT, com a Prefeitura de Olinda, do PC do B, entre outros.
FOLHA - Por que o sr. só reduziu o imposto da energia elétrica às vésperas da eleição?
MENDONÇA - A grande dificuldade foi o desequil?brio financeiro herdado do governo do PSB.
Reduzimos o imposto da carne, do diesel, para baratear passagem de ônibus, e criamos a tarifa social da água.
A seqüência do projeto foi a redução de ICMS na conta de luz.
Leia aqui a entrevista completa (assinantes Folha e UOL).