Do blog de Luis Nassif Raimundo Pereira sempre teve compromissos pol?ticos.

Mas manteve intacto o compromisso com o jornalismo, que desenvolveu desde os tempos brilhantes da revista “Realidade???.

Sua matéria na “Carta Capital??? sobre a cobertura da imprensa das fotos do dinheiro que seria pago pelo “dossiê Vendoin??? é uma aula de jornalismo sobre o antijornalismo que parece ter tomado definitivamente conta da m?dia.

Nos últimos anos houve vários exemplos de matérias encomendadas, várias evidências de mistura de jogadas empresariais e reportagens, e várias coberturas em que se misturavam cumplicidade com a pol?cia e autodefesa de jornalistas - como no caso do Bar Bodega, em que muitos jornalistas conviveram por um mês com um delegado que, depois se soube, torturou meninos injustamente acusados do crime, e nenhuma das testemunhas jamais veio a público denunciar o complô.

Mas em nenhum desses casos houve uma abrangência tão grande de ve?culos e uma falta de limites tão acentuada - independentemente da gravidade dos episódios cobertos - quanto a cobertura da foto dos maços de notas que seriam utilizados para a compra do “dossiê Vendoin???.

A reportagem de Raimundo não é partidária, não é militante, não é raivosa, não trata a falta de escrúpulos com falta de escrúpulos - como tem sido a marca desses tempos de escuridão, nessas batalhas absurdas de capas atacando Lula e atacando a oposição. É fria e lógica como uma cirurgia de especialista.

Não desperdiça palavras, não gasta acusações, apenas confronta princ?pios básicos de jornalismo com a atitude de cada ve?culo, repórteres e direção, no episódio em pauta.

Menciona gravações do delegado que vazou os maços de nota, a cumplicidade com jornalistas, jornais acobertando mentiras, como a versão de que as fotos haviam sido furtadas - versão divulgada a pedido do proprio delegado, conforme gravações preservadas por repórteres indignados e impotentes.

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