Por Fernando RodriguesJornalista da Folha de S.PauloNo Jornal do Commercio de hoje BRAS??LIA - Mais do que formar a sua base de apoio para o próximo mandato, o presidente da República eleito terá de se preocupar com os comandos das duas Casas do Congresso.
Os presidentes do Senado e da Câmara serão escolhidos, como manda a regra, no final da primeira quinzena de fevereiro.
No Senado está quase tudo resolvido.
O PMDB deverá manter a maior bancada na base da cooptação.
O atual presidente, o peemedebista Renan Calheiros, é o favorito para ficar com a cadeira.
O buraco negro é a Câmara.
Depois de um traumático Severino Cavalcanti (PP-PE) e seu “mensalinho???, acabou escolhido Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Foi uma emergência.
A tradição manda que o presidente seja da maior bancada.
Em 2007, esse t?tulo caberá ao PMDB, com seus 89 eleitos.
O PCdoB só terá 13 cadeiras em 2007.
Ocorre que o PMDB já terá a presidência do Senado.
Outra tradição interna no Congresso tem sido a de não liberar o controle total do Parlamento para um único partido.
Nesse caso, a sigla preterida acaba se dando bem com o governo de turno, recebendo alguns ministérios.
No PMDB já há, pelo menos, três pretendentes claros à presidência da Câmara: Eun?cio Oliveira (CE), Geddel Vieira Lima (BA) e Jader Barbalho (PA).
No PT, a segunda maior bancada da Câmara, um punhado de deputados está de olho no cargo.
Arlindo Chinaglia (SP), José Eduardo Cardozo (SP) e Walter Pinheiro (BA) são os mais vis?veis.
Com o discurso público de não-intervenção, caberá ao presidente da República arbitrar a disputa.
Se der a lógica e Lula for reeleito, nada impede o petista de desejar manter Aldo Rebelo.
Será a sa?da possivelmente menos traumática.
Mas faltarão ministérios para acomodar a enorme lista de descontentes.