Amanhã vamos estar a apenas 16 dias da eleição.

Pois justo amanhã, ao meio-dia, o presidente Lula estará assinando, no Palácio do Planalto, em Bras?lia, decretos para formalizar a desapropriação das terras da Usina Catende, empresa que, desde 1995, é controlada por seus quase três mil empregados.

A usina é um projeto bem-sucedido de auto-gestão.

Conseguiu isso graças ao forte apoio financeiro recebido durante o governo Miguel Arraes (1995-1998), no qual Eduardo Campos (PSB) ocupou funções relevantes (secretário da Fazenda e de Governo).

A região onde está implantada a usina, a Zona da Mata Sul de Pernambuco, é reduto eleitoral de Eduardo e do PSB.

Só no munic?pio de Catende ele obteve no primeiro turno 53,18% dos votos, quase o dobro de seu concorrente neste segundo turno, o governador Mendonça Filho (PFL).

A not?cia da desapropriação com certeza repercutirá em toda a Zona da Mata do Estado (Sul e Norte), onde grande parte dos trabalhadores ainda vive em função da produção de açúcar e álcool e tem uma relação histórica com Arraes.

Além do próprio Lula, Eduardo Campos será - e muito - beneficiado pela desapropriação.

Ele reservou, inclusive, toda a sua agenda de amanhã para estar lá em Bras?lia, participando da solenidade com o presidente.

Claro que tudo isso será devidamente registrado para o guia eleitoral e explorado com vigor pela campanha do socialista.

Liderando a disputa com 20 pontos percentuais de vantagem sobre Mendonça, Eduardo vai trabalhar intensamente nos próximos dias para estar ainda mais vinculado a Lula, que recebeu 70% dos votos válidos dos pernambucanos no primeiro turno.

A desapropriação é um presente de Lula.