A campanha de Eduardo Campos (PSB) recorreu à credibilidade do ex-ministro da Justiça Fernando Lyra, presidente da Fundação Joaquim Nabuco, para defendê-lo dos ataques relacionados ao caso dos precatórios.

Em tom grave e emotivo, Lyra procura rebater todas as acusações do guia de Mendonça Filho (PFL) em relação ao escândalo.

Fez isso agora à tarde e deve repetir nesta noite, no horário pol?tico da TV.

Lyra, primeiro, usa e abusa do nome de Miguel Arraes, falecido há mais de um ano e governador à época da operação dos precatórios.

Lyra diz que é preciso respeitar Arraes, “um dos homens mais honestos que conheci em toda a minha vida???.

Em seguida, o ex-ministro garante que, ao contrário do que diz a campanha de Mendonça, a operação foi considerada legal pela Justiça de Pernambuco e pelo Supremo Tribunal Federal.

Garante ainda que o dinheiro arrecadado - cerca de R$ 400 milhões, em valores da época - foi aplicado em obras e serviços públicos.

Com isso, busca rebater os questionamentos da União por Pernambuco sobre a destinação dos recursos.

Fernando Lyra ressalta ainda a informação de que a atual secretária da Fazenda, Maria José Briano, era contadora geral do Estado no governo Arraes e assinou a prestação de contas da operação.

Ao final, o ex-ministro volta a falar em Arraes para rebater Jarbas Vasconcelos, que tem qualificado a venda de t?tulos públicos para pagamento de precatórios como um assalto aos cofres públicos: “Acredito, por tanto, que não fica bem, não fica bem ao guia eleitoral dos nossos adversários levantar suspeitas levianas contra quem não pode mais se defender???.

Comentário meu: A questão dos precatórios é peça central da munição usada pela União por Pernambuco para tentar abater Eduardo Campos.

O socialista tem hoje 20 pontos percentuais à frente de Mendonça (56% a 36%), segundo pesquisa Ibope divulgada ontem.

Com os argumentos e a forma utilizados pela campanha do socialista para se defender, a disputa pode ficar ainda mais desfavorável a Mendonça.