Por Eliane CantanhêdeDa Folha de S.PauloNo Jornal do Commercio de hojeBRAS??LIA - O Datafolha de ontem desmonta a versão (ou torcida) tucana de que bastaria Alckmin ir para o segundo turno, ser o “grande fato novo??? e virar “uma onda???.
Pronto.
Fácil.
Tudo resolvido.
Como nem a vida nem as eleições são tão simples assim, o que se vê é que Lula levou um susto e saiu da arrogância para o ringue, enquanto Alckmin inebriou-se cedo demais.
Um tirou o salto alto, o outro calçou-o - e muito antes da hora.
A pesquisa, que aumenta o favoritismo de Lula de 8 para 12 pontos nos votos válidos, aparentemente reflete muito mais a largada pol?tica do segundo turno do que o próprio debate na TV Bandeirantes.
Até porque, apesar de Lula ter 51%, deu empate na avaliação do confronto, aliás com dois pontos a mais para Alckmin: 43% a 41%.
Na primeira semana depois de confirmado o segundo turno nas urnas, Lula criou uma agenda positiva, e Alckmin, uma negativa.
Lula reuniu governadores, ministros, acirrou os ânimos e adotou o discurso do medo.
Alckmin patinou com o apoio dos Garotinho à revelia dos aliados originais no Rio e com a conseqüente enxurrada de cr?ticas que ocuparam todo o noticiário de sua campanha.
Denise Frossard, que rompeu com Alckmin e depois recuou, não estava de todo errada: o abraço com os Garotinho pode ter arranhado o discurso (ou a pretendida aura) da ética.
Tanto que o maior baque nos ?ndices do tucano foi no Sul, nos eleitores de Helo?sa Helena e nas faixas de maior escolaridade e de renda - ou seja, justamente onde tinha começado a virar “onda???.
Lula entrou mais forte na eleição, chegou na dianteira ao segundo turno e neutralizou o impacto de não ter vencido já em primeiro de outubro.
Enfim, tem efetivamente mais chances de vencer.
Especialmente se Alckmin, os tucanos e os pefelistas errarem.
E, sempre que se precipitam, a possibilidade de erro fica bem maior.