Por Fernando CastilhoColunista de Economia do JC Das Gerais para cima, o Brasil votou no Lula, no último domingo.
No resto que se bandeia para o Sul e para o Oeste, preferiu Geraldo.
Pela primeira vez na história republicana temos uma fratura eleitoral, onde um conjunto de Estados escolhe um candidato e um outro grupo prefere o adversário após uma campanha onde se expôs como nunca, as diferenças sociais e econômicas e os efeitos de pol?ticas públicas direcionadas para os mais pobres.
E para quem acha que Minas Gerais não tem nada a ver com isso, vale lembrar que, entre 2002 e 2006, a renda na sua região metropolitana cresceu 39,6%, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas.
Isso quer dizer que, seja quem for o eleito no próximo dia 28, o novo presidente do Brasil estará governando para dois Brasis.
Certamente olhando atravessado com a vitória do adversário e esperando ações de apoio, demonstrações de prest?gio e atenção.
O Brasil do Bolsa-Fam?lia contra o Brasil do Sul Maravilha.
O sociólogo José Arlindo Soares acredita que a realidade das urnas não nos empurra a um sentimento de separatismo, mas, eleito, Lula terá que se recompor (no Brasil que votou em Alckmin) com um forte respeito orgânico, preservação da transparência e evitar a repetição das más práticas do primeiro governo.
Geraldo terá que se preocupar com a promoção de pol?ticas sociais que vão muito além da estabilidade e caminhar num programa que chegue ao cidadão mais necessitado.
Sim, diz ele, os dois terão de investir forte em educação.