Do Jornal do CommercioApós uma legislatura marcada por escândalos como o do mensalão e o da máfia das sanguessugas, a população mandou de volta para casa quase a metade dos atuais deputados.
Dos 513 parlamentares, 48,7% não voltarão ao Congresso no próximo ano.
O Estado que teve o maior ?ndice de renovação foi Alagoas: sete das nove vagas.
Goiás foi o Estado que menos renovou: das 17 cadeiras, apenas três mudarão de titular.
PMDB ficou com maioria na câmara O PMDB foi o grande vitorioso nas eleições para a Câmara dos Deputados.
O partido voltou a ser a maior bancada da Casa, tendo eleito 89 deputados, fato que não acontecia desde as eleições de 1994.
Com esse resultado, os peemedebistas terão o direito de pleitear a presidência da Casa.
Dos quatro grandes partidos, o PMDB foi o único que aumentou a bancada em relação a 2002, quando tinha elegido 75 deputados.
Contrariando as previsões mais pessimistas, decorrentes do escândalo do mensalão, o PT elegeu a segunda maior bancada, de 84 deputados, menos que os 91 eleitos em 2002 e mais que os atuais 81.
O PSDB elegeu a terceira bancada, 66 deputados, e o PFL a quarta, 65.
Os pefelistas foram os que tiveram as maiores perdas, pois tinham eleito 84 deputados nas eleições de 2002.
Mas os tucanos também ca?ram: tinham 70 cadeiras.
O PP elegeu 41 deputados, oito a menos que em 2002.
No senado, PFL com maior representação O resultado das eleições fará do PFL a maior bancada no Senado a partir do dia 1º de fevereiro, deixando a situação mais dif?cil na Casa para um eventual segundo governo do presidente Lula.
A partir de fevereiro, quando toma posse um terço dos senadores, a bancada de oposição a Lula estará maior.
O PFL (18 senadores), o PSDB (15), o PDT (5), o PPS (1) e PRTB (1) somarão 40 senadores.
O PMDB, mesmo governista no Senado, tem dissidências quanto ao apoio a Lula, dificultando ainda mais um eventual segundo mandato do petista.
A bancada atual do PMDB de 20 senadores, ficará reduzida a 15 no próximo ano.
A redução atinge as pretensões do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), de se reeleger para o cargo, que será reivindicado pelo PFL.
Das 27 cadeiras do Senado disputadas neste ano, o PFL ficou com 6, o PSDB com 5, o PMDB com 4, o PTB com 3, o PT com 2 e o PSB, o PL, o PPS, o PRTB, o PCdoB, o PP e o PDT com uma vaga cada um.
Sanguessugas sofrem derrota nas urnas O resultado das urnas mandou um recado especialmente para os deputados envolvidos no esquema de venda superfaturada de ambulâncias.
Dos 49 que são acusados pela CPI das Sanguessugas, respondem a processo no Conselho de Ética e tentaram se reeleger, só 6 conseguiram: Wellington Fagundes (MT) Júnior Betão (AC)e Wellington Roberto (PB), do PL, Pedro Henry (PP-MT), João Magalhães (PMDB-MG) e Marcondes Gadelha (PSB-PB).
Outros 16 deputados processados pelo conselho desistiram de disputar a eleição depois do escândalo.
No Senado, o único dos três acusados por envolvimento no esquema sanguessuga que tentou voltar, Ney Suassuna (PMDB-PB), não conseguiu.
Outra acusada, a senadora Serys Slhessarenko (PT), ficou em terceiro lugar na disputa ao governo de Mato Grosso.
Quanto aos mensaleiros, 5 dos 11 absolvidos pelo plenário da Câmara ganharam nova chance: foram reeleitos os paulistas João Paulo Cunha (PT), José Mentor (PT) e Vadão Gomes (PP), Sandro Mabel (PL-GO) e o Pedro Henry.
Paulo Rocha (PT-PA) e Valdemar Costa Neto (PL-SP), que renunciaram aos mandatos no ano passado para fugir do processo de cassação, também foram eleitos.