Por Fernando CastilhoColunista de Economia do JC "Marcelo Teixeira, da agência Makplan, que aqui no Blog previu o segundo turno para eleição presidencial, agora acredita em Geraldo Alckmin (PSDB), afirmando que ele criou as condições para partir na frente na campanha porque muita gente que não teve coragem de apóia-lo no primeiro turno terá que fazê-lo.
O marqueteiro acredita que essa declaração de voto em favor do tucano será mais forte nos 10 estados aonde vai haver segundo turno porque, agora, o ex-governador de São Paulo virou uma possibilidade real e ajuda a quem está do seu lado.
Na opinião de Teixeira, a explicação pol?tica para o que aconteceu no pleito do último domingo - quando o Norte e o Nordeste votaram no Lula, e o Sul, o Sudeste e o Centro-Oeste votaram no candidato do PSDB - é simples: ele foi v?tima da omissão, da infidelidade e da covardia da l?deranças pol?ticas regionais que não se atreveram a assumir que o candidato de seus partidos era Geraldo Alckmin e não Lula da Silva.
Em alguns estados, a cobrança dessa falta de personalidade foi cruel.
Nos outros, eles terão que aparecer agora explicando-se ao eleitor porque não colocaram o nome de Geraldo na sua campanha no primeiro turno.
Apenas em dois estados do Norte e do Nordeste (Pará e Sergipe), os governadores apoiaram ostensivamente o tucano, Lula teve os menores percentuais de votação.
Pagaram por isso, é verdade: Almir Gabriel (PSDB) vai para o segundo turno com Ana Júlia (PT), mas lá, Alckmin teve 41,59% contra 51,78% de Lula.
Em Sergipe, onde João Alves (PFL) perdeu, no primeiro turno, para Marcelo Deda (PT), Alckmin teve 44,36% contra 47,33% de Lula.
Marcelo Teixeira usa o exemplo de Pernambuco, onde a coligação PFL/PSDB/PMDB simplesmente não exibiu o nome de Alckmin em nenhum momento de sua campanha.
No estado, Lula teve 77,93% dos votos contra 22,86%.
Não ajudou a Mendonça Filho se eleger no primeiro turno mas isso custou caro à coligação.
Especialmente ao ex-governador Jarbas Vasconcelos que assumiu a responsabilidade por não exibir no horário pol?tico que votaria no PSDB.
Sua votação para o Senado foi de 56,14% quando todas as pesquisas lhe davam mais de 70%.
Os demais candidatos (que foram inclu?dos nas duas chapas de Oposição apenas para completa-las) tiveram 43,10% e receberam 1,5 milhão votos.
Isso, segundo Teixeira faz com que, no segundo turno, as condições de competitividade de Alckmin sejam muito melhores que as de Lula.
Em primeiro lugar, no Nordeste (Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Para?ba) os candidatos terão interesse em "colar" no Alckmin para se aproveitar da tendência que existe a favor dele.
No Norte, o mesmo se dará no Pará com a vantagem de Gabriel é o candidato de Alckmin desde o primeiro turno.
O marqueteiro explica que, embora o primeiro turno tenha revelado esse separatismo eleitoral por falta de coragem, omissão e infidelidade, o jogo terá que ser nacional, porque agora o PSDB virou uma possibilidade real de poder. É por isso que todos os eleitos em primeiro turno - e mais os que vão disputar a eleição - vão "colar" no ex-governador de São Paulo.
Uns tentando se beneficiar na onda para se eleger.
Os demais, para dizer que escolheram um lado - coisa que Norte e Nordeste, todos eles (menos João Alves Filho e Almir Gabirel), não fizeram.
E nesse cenário o Alckmin parte na frente, diz marqueiteiro.