Por Fernando CastilhoColunista de Economia do JC A proibição de boca de urna, a conscientização do eleitor e a desilusão com a pol?tica podem fazer da abstenção um fator decisivo do pleito de 2006.

Historicamente, em Pernambuco, como de resto no Brasil, a abstenção por não comparecimento situa-se em torno dos 21% (foi de exatos 21,32% nas eleições para governador).

Da mesma forma que outros 20% deixam de escolher seus candidatos anulando o voto ou votando em branco (em 2002, o ?ndice de brancos foi de 7,45% e o de nulos chegou a 12,09%, somando 19,54%).

Isso quer dizer que dos 5.396.667 eleitores inscritos, o governador de Pernambuco foi escolhido num universo de 3.416.650 eleitores (Jarbas Vasconcelos teve 60,42% dos votos validos, exatos 2.064.184 votos).

Hoje, se esse fenômeno se repetir, poderemos ter um quadro onde o novo governador de Pernambuco, num universo de 5.834.512 eleitores inscritos, será escolhido num contingente de 3.693.593.

Ou seja, para ser eleito no primeiro turno, um candidato teria que conseguir 1.846.979 votos.

Isso, bem entendido, se os percentuais de não comparecimento, branco e nulos forem, rigorosamente, os mesmo de 2002, fato que certamente não se repetirá pelos motivos acima descritos.

A grande vantagem de uma eleição sofisticada em termos tecnológicos como a do Brasil é que à noite a gente já vai poder saber se isso tudo ocorreu.