Não resta dúvidas de que reeleito ou não no domingo, o presidente Lula tem potencial para ser um fort?ssimo cabo eleitoral para o candidato da oposição que for ao segundo turno contra Mendonça Filho (PFL).

Até agora as pesquisas de intenção de voto mostram Lula com desempenho melhor que o de Jarbas Vasconcelos (PMDB), ex-governador popular e que deve chegar ao Senado entre os mais votados do pa?s.

A dúvida agora é saber até que ponto Lula estará engajado na campanha da oposição a Mendonça – pesquisas indicam que o adversário do governador deverá ser Eduardo Campos (PSB) - veja os números abaixo.

Vejamos quais são as teses mais correntes hoje no PT, no PSB e na aliança de Mendonça: UMA VISÃO PETISTA Um petista de alto gabarito, muito próximo a Lula, diz que ele virá para a campanha de Eduardo ou Humberto, mas não vai mergulhar nela com toda a força e empenho porque não pode.

Lula está impedido de fazer isso porque é presidente da República.

O cargo o impede de sair por a? como militante empunhando bandeiras.

Ele também – caso reeleito – ficará mergulhado nos próximos meses na montagem do novo governo e das bases que assegurem a governabilidade.

Portanto, deve-se esperar uma participação, porém discreta – com uma ou duas vindas aqui para com?cios e umas poucas gravações para o guia eleitoral.

No último com?cio que fez no Estado, Lula prometeu vir e se empenhar na campanha de Eduardo ou Humberto.

UMA VISÃO SOCIALISTA O pessoal do PSB é mais otimista.

Aposta que, caso Eduardo vá ao segundo turno, Lula irá se empenhar e muito na campanha em Pernambuco.

Fará isso, inclusive, por manter relações pessoais e profundas com o socialista.

Ademais, aposta o PSB, entre construir pontes com o PMDB via Jarbas Vasconcelos e com o PFL via Mendonça Filho, que são e serão oposição, e eleger um governador afinado com o Palácio do Planalto, Lula deverá apostar nessa segunda opção.

Há ainda o compromisso de apoio incondicional do PSB ao governo Lula.

Compromisso que seria renovado e aprofundado com um engajamento mais intenso do presidente na eleição de Eduardo.

UMA VISÃO ALIANCISTA A crença na aliança é a de haver um acordo tácito entre Lula, Jarbas e Mendonça.

O que seria isso?

No caso de Jarbas, são por demais conhecidas as boas relações que o presidente mantém com o peemedebista.

Jarbas continua alguém com certa influência dentro do PMDB nacional e poderá ocupar espaço destacado no Senado.

O presidente tem buscado aprofundar acordos e entendimentos com o PMDB, que – esta é a intenção de Lula – poderá ser a espinha dorsal do próximo governo.

Portanto, pensam alguns aliancistas, o presidente não irá se envolver na campanha em Pernambuco visando os canais que poderá abrir nacionalmente com Jarbas.

Algo semelhante ocorreria com Mendonça no PFL.

O governador não tem ligações históricas nem profundas com dois caciques que Lula quer detonar dentro do partido: ACM e Bornhausen.

Mais ligado a Marco Maciel e com alguma experiência nacional, Mendonça também poderia – é o que alguns crêem – ajudar no entendimento com setores do PFL.

Abrir canais com a oposição, dizem, interessa muito a Lula.

Ele inclusive já andou mandando emissários para conversar com Maciel.

Isso também faz parte do jogo para assegurar a governabilidade nos próximos quatro anos, principalmente com as sucessivas crises que o governo dele vem vivendo há quase dois.